Um dos grandes desafios da mídia é conhecer mais sobre a pluralidade religiosa que existe no país, compreender as particularidades de cada grupo, visando a uma divulgação mais adequada e correta. Ela não pode deixar de ser crítica, mas também ressaltar esses elementos que integram a vida cotidiana das pessoas. A opinião é da editora-geral do Bereia Magali Cunha, que foi entrevistada em 13 de março pelo Canal da Imprensa, revista eletrônica de crítica de mídia do curso de Jornalismo do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Engenheiro Coelho.
Na conversa, que tratou da importância cultural da religião no Brasil e suas implicações na cobertura da imprensa de notícias sobre o tema, Magali explicou que as religiões dão sentido à vida de muitas pessoas. Segundo ela, há também o aspecto de resistência e sobrevivência, “como foi no período da escravidão, e também do ponto de vista indígena, a toda a opressão sofrida ao longo da história da colonização”.
De acordo com a pesquisadora, até hoje é possível observar “diversas experiências de periferias e de grupos excluídos socialmente que encontram na religião essa leitura e uma presença divina que marca a força, que marca a resistência”.
Magali Cunha destacou que a mídia tem um papel importante nas questões que envolvem o tema, até mesmo no sentido de enfrentar a intolerância religiosa, mas criticou a falta de preparo dos profissionais, a começar pela formação acadêmica oferecida a eles.
“Nós não temos nas escolas de jornalismo no Brasil suficiente formação para o jornalismo especializado [em religião]. Em várias áreas, dá-se muita ênfase em política, em economia, em cultura, mas na questão da religião é praticamente zero”, ressaltou a editora-geral de Bereia.
Confira no site do Canal da Imprensa a íntegra da entrevista.
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Foto de capa: Warpmike/Pixabay