Destaques Bereia na Educação em 2023

Bereia participou de diversas iniciativas – seminários, podcasts, trabalhos acadêmicos e outros – ao longo de 2023 voltadas a refletir sobre a desinformação e modos de enfrentá-la. Confira alguns destaques.

Julho – Trabalho acadêmico discute desinformação em redes religiosas e destaca atuação do Bereia

O fenômeno da desinformação em redes religiosas, em especial nos espaços cristãos, foi tema do Trabalho de Conclusão de Curso de Jornalismo de Julia Weiss, da Universidade Federal de Santa Catarina. O podcast Heresias da Informação, produzido para o TCC, destaca o trabalho realizado pelo Bereia na checagem de conteúdos noticiosos, com depoimentos de seus integrantes.

Setembro – Bereia participa de seminário sobre religião, discurso de ódio e mídias sociais

Bereia participou do seminário “Religião, discurso de ódio e mídias sociais”, organizado pela área de Religião e Política do Instituto de Estudos da Religião (ISER) em parceria com a Fundação Boll. O evento contou com a presença de pesquisadores e representantes de instituições da sociedade civil.

A pesquisadora Magali Cunha, editora-geral do Bereia, abordou as complexidades das mídias sociais e dos discursos de ódio relacionados à religião. Discutiu-se como a extrema direita tem utilizado a religião para disseminar ódio e desinformação online, fortalecendo estereótipos e discriminações.

Outubro – Jornalista do Bereia participa de treinamento da agência Lupa

Com o objetivo de aprimorar o trabalho de enfrentamento à desinformação, foco do trabalho realizado pelo Bereia, o jornalista  João Pedro Capobianco foi selecionado para integrar o programa de treinamento Mirante, da Agência Lupa, especializada em checagem de notícias.

A capacitação, com duração de quatro meses, inclui treinamento em técnicas de jornalismo investigativo, além de imersão e mentorias. “Estou muito feliz com mais esse passo dado. Bereia tem uma importância crucial nisso, como não poderia deixar de ser!”.

Dezembro – Bereia participa de discussão sobre envolvimento das igrejas em desinformação ou informações falsas

A editora-geral do Bereia Magali Cunha participou de um webinar que discutiu sobre o envolvimento das igrejas em desinformação ou informações falsas e sobre o que fazer para prevenir esses casos.

O evento foi promovido pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e a Associação Mundial de Comunicação Cristã (WACC) e contou com representantes de várias partes do mundo.
Magali Cunha falou sobre a situação das igrejas em uma era de alto volume de informações e desinformação. “Os ambientes religiosos são altamente vulneráveis à circulação de desinformação”, destacou. A pesquisadora comentou que “as contas de mídias sociais de grupos religiosos e seus líderes são creditadas como fontes de verdade”. Saiba mais em:

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Foto de capa: StartupStockPhotos/Pixabay

Bereia presente em curso latino-americano para militantes cristãos

A editora-geral do Bereia Magali Cunha participou em 21 de maio de uma das etapas do Curso Latino-Americano para Militantes Cristãos 2024, promovido pelo Centro Ecumênico de Evangelização e Educação Popular (Ceseep).

O evento, cujo tema foi “Juventude e o compromisso com a política e a justiça socioambiental”, reuniu em São Paulo pessoas do Equador, México, Cuba e Argentina para a troca de experiências sobre os desafios que enfrentam nas diferentes realidades onde estão inseridos e atuam. No formato híbrido do curso, na parte da tarde, uniram-se ao grupo, pela internet, outros participantes do Brasil, Angola, Cuba, Equador e República Dominicana.

Em sua reflexão a respeito de redes digitais e participação na política, Magali Cunha ressaltou por que o assunto é tão importante nos dias de hoje. “As mídias são parte do cotidiano da população e determinam o fazer político, seja o institucional (eleições, decisões nos três poderes, por exemplo), seja o das manifestações partidárias ou não no espaço público”.

O tema das mídias e a relevância delas para o ativismo social cristão tem sido priorizado nos  cursos oferecidos pelo Ceseep desde o início dos anos de 2000. Neste ano, o foco foi o lugar das mídias digitais no ativismo político e na defesa da paz com justiça. “Foi importante compartilhar sobre os processos comunicacionais digitais, o que devemos valorizar e o que devemos criticar (rechaçar e transformar), em especial tratar do enfrentamento da desinformação (as mentiras e os enganos) e dos ataques de ódio e intolerância, questões que mais preocupam os participantes”, comentou a pesquisadora. O trabalho do Bereia também foi abordado durante o diálogo com os militantes cristãos que participaram do curso. Segundo a pesquisadora,  o coletivo representa uma das formas pelas quais ocorre esse enfrentamento.

Mídia precisa conhecer mais sobre pluralidade religiosa, defende editora-geral do Bereia

Um dos grandes desafios da mídia é conhecer mais sobre a pluralidade religiosa que existe no país, compreender as particularidades de cada grupo, visando a uma divulgação mais adequada e correta. Ela não pode deixar de ser crítica, mas também ressaltar esses elementos que integram a vida cotidiana das pessoas. A opinião é da editora-geral do Bereia Magali Cunha, que foi entrevistada em 13 de março pelo Canal da Imprensa, revista eletrônica de crítica de mídia do curso de Jornalismo do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Engenheiro Coelho.

Na conversa, que tratou da importância cultural da religião no Brasil e suas implicações na cobertura da imprensa de notícias sobre o tema, Magali explicou que as religiões dão sentido à vida de muitas pessoas. Segundo ela, há também o aspecto de resistência e sobrevivência, “como foi no período da escravidão, e também do ponto de vista indígena, a toda a opressão sofrida ao longo da história da colonização”.

De acordo com a pesquisadora, até hoje é possível observar “diversas experiências de periferias e de grupos excluídos socialmente que encontram na religião essa leitura e uma presença divina que marca a força, que marca a resistência”.

Magali Cunha destacou que a mídia tem um papel importante nas questões que envolvem o tema, até mesmo no sentido de enfrentar a intolerância religiosa, mas criticou a falta de preparo dos profissionais, a começar pela formação acadêmica oferecida a eles.

“Nós não temos nas escolas de jornalismo no Brasil suficiente formação para o jornalismo especializado [em religião]. Em várias áreas, dá-se muita ênfase em política, em economia, em cultura, mas na questão da religião é praticamente zero”, ressaltou a editora-geral de Bereia.

Confira no site do Canal da Imprensa a íntegra da entrevista.

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Foto de capa: Warpmike/Pixabay

No Dia Internacional da Mulher, editora-geral do Bereia é homenageada pelo enfrentamento à desinformação

A editora-geral do Coletivo Bereia Magali Cunha foi uma das mulheres homenageadas pela Agência Lupa no Dia Internacional da Mulher neste 2024 pelo trabalho de enfrentamento à desinformação. Sob o  título “8 cientistas mulheres que pesquisam desinformação que você precisa conhecer”, Lupa, um hub de soluções de combate à desinformação por meio do jornalismo e da educação midiática, as apresentou e também trouxe uma reflexão de cada uma dentro da área de atuação delas.

Imagem: reprodução do X

Além de Magali Cunha, também receberam o reconhecimento Ana Regina Rego (coordenadora da Rede Nacional de Combate à Desinformação – RNCD), Luisa Massarani (Fiocruz), Thaiane Moreira (UFF), Adriana Barsotti (UFF), Alyne Costa (PUC-RJ), Marie Santini (UFRJ) e Helena Martins (UFC).

Em seu artigo, publicado na revista Debates da NER e reproduzido na Lupa, a editora-geral do Bereia aborda o impacto das mídias sociais no voto das mulheres evangélicas. O foco é a pesquisa qualitativa realizada por Jaqueline Teixeira e Lívia Reis com 45 mulheres evangélicas de diferentes denominações, idades e regiões do Brasil. De acordo com Magali Cunha, três elementos são essenciais em qualquer análise sobre política no Brasil: religião, gênero e mídias.

“Quaisquer considerações sobre a presença de evangélicos na igreja e nas dinâmicas socioculturais e políticas do Brasil precisam levar em conta a expressão de uma religião que carrega simbólicas e intensas marcas das lógicas da mídia e de seu processo de produção de sentidos”, destacou a pesquisadora.

Bancada evangélica no Congresso Nacional não representa a totalidade dos evangélicos, defende editora-geral do Bereia

“Falar de evangélicos não é falar de bancada evangélica. A bancada evangélica, aquele grupo de parlamentares que se encontra no Congresso Nacional, não representa a população e o eleitorado evangélico no Brasil, que é muito amplo”. A opinião é da editora-geral do Coletivo Bereia Magali Cunha, que foi entrevistada pelo canal Globonews no dia 23 de março.

Magali Cunha falou sobre a aproximação do governo Lula com o segmento evangélico e explicou a diversidade do campo religioso. Segundo ela, a chamada banca evangélica diz respeito a um segmento dos políticos que não representam os evangélicos, apesar de alguns desempenharem esse papel pelo fato de defenderem o projeto político da igreja a que pertencem.

A editora-geral do Bereia adverte que é preciso distinguir os evangélicos, que constituem um segmento muito diverso: “Existem pastores que pertencem a grandes corporações religiosas que não são apenas igrejas, mas que atuam em outras frentes e que têm interesse em eleger seus políticos para a bancada evangélica”, indica.

Magali Cunha também cita os pastores e pastores que estão no campo intermediário das igrejas médias e pequenas, que são os grupos mais amplos espalhados pelo Brasil. Inclui ainda a grande massa da população, do eleitorado evangélico “que vai à igreja, que participa e que vive o seu cotidiano entre essa vinculação que é a fé, a religião e a vida de todo o dia”. Em sua opinião, esse universo amplo deve ser considerado para um governo defensor e garantidor da liberdade religiosa e que deseja estabelecer um diálogo com esse segmento que vem se mostrando relevante na cena pública.

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Foto de capa: reprodução Globonews

Editora-geral do Bereia discute política e religião em programa da rádio CBN

A relação entre política e religião se baseia em um movimento de mão dupla em que ambas as instâncias se socorrem para legitimar seus objetivos e interesses. A opinião é da editora-geral do Bereia e pesquisadora Magali Cunha, que participou de programa jornalístico de entrevistas da Rádio CBN, em 19 de março.

Ela explicou que essa relação não é algo novo, pois o Brasil já foi colonizado com base na religião, o catolicismo ibérico. “Ao longo de muitos anos”, comentou, “tivemos a experiência de ver o catolicismo como a religião do Estado, e isso foi se transformando dentro do quadro de pluralidade religiosa”.

Magali Cunha destacou que desde os anos 2010 se observa no Brasil e em outros lugares do mundo a apropriação de certo populismo de extrema-direita que faz uso da religião. “É um fenômeno que estabelece uma ligação de mão dupla com a política, na medida em que em algum momento vamos ter a politização da religião, e em outro, a sacralização da política”.

Isso significa que a religião se vê legitimando determinado regime, comunidade política ou partidos contra inimigos que eles mesmos definem como tais e que são tidos também como inimigos de Deus. “Por outro lado, a política é sacralizada quando certos partidos ou certas lideranças são colocados como escolhidos de uma divindade”, acrescentou a editora-geral do Bereia. Na entrevista, Magali Cunha também alertou sobre o risco de tratar os evangélicos como um único grupo – “chega a ser uma irresponsabilidade considerá-los de forma homogênea” – e comentou sobre outros temas.

Propagação de fake news é intensificada em anos eleitorais, alerta editora-geral do Bereia

Os anos eleitorais recentes têm sido palco da intensificação da propagação de fake news, segundo avaliou a editora-geral do Bereia e pesquisadora Magali Cunha em reportagem publicada em 20 de março pela Agência Brasil intitulada “Entenda como a nova onda de fake news influencia a guerra digital”.

A pesquisadora chamou a atenção para as eleições ocorridas recentemente. “Os anos de 2018, 2020 e 2022 foram muito intensos com desinformação nos ambientes digitais. Já entre 2019 e 2021, houve deliberadamente uma política de desinformar, promovida pelo governo [do presidente Jair] Bolsonaro (PL). Mas desde outubro do anos passado, é cada vez mais alta a intensidade e quantidade de notícias falsas”, afirmou Magali Cunha.

Na opinião da editora-geral do Bereia, essa guerra digital das fake news é estimulada por diversos atores. “O nosso monitoramento de grupos de influenciadores religiosos aponta um verdadeiro bombardeio de conteúdos falsos, que depois acaba sendo alimentado pela própria grande mídia, com notícias com títulos enganosos que podem induzir leitores a construir pensamentos e ações negativas sobre determinadas pautas”, destacou. Ela acrescentou que “muitos políticos também têm seu papel negativo nesse ecossistema, porque municiam a desinformação com conteúdo não verdadeiro, que depois é trabalhado por esses grupos”.

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Foto de capa: Agência Brasília/Flickr

Editora de Bereia analisa fake news e eleições municipais em congresso de comunicação

Você relacionaria fake news com estratégias de campanha eleitoral de candidatos com identidade religiosa? Esse foi o esforço empreendido por Magali do Nascimento Cunha, pesquisadora e editora-geral do Coletivo Bereia, em trabalho apresentado durante a 46ª edição do Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, promovido pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares de Comunicação (Intercom).

A análise, que focou as eleições municipais de 2020,  se baseou em dados quantitativos e qualitativos resultantes de pesquisa do Instituto de Estudos da Religião (ISER). Os discursos contidos em materiais de campanha foram examinados, com a identificação dos principais conteúdos falsos e enganosos que circularam nos pronunciamentos de tais candidatos.

Magali Cunha concluiu que três núcleos temáticos de concentração de desinformação e fake news foram predominantes: ideologia de gênero, pânico em torno da educação e cristofobia.

Clique aqui e confira na íntegra o artigo, intitulado “Fake news como estratégia de campanha de candidatos com identidade religiosa: um olhar sobre as eleições municipais de 2020”.

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Foto de capa: Element5 Digital/Pexels

Checagens feitas por Bereia subsidiam estudo que avalia desinformação sobre gênero e sexualidade

A investigação de histórias falsas sobre gênero e sexualidade compartilhadas em 2019 é o foco principal de artigo elaborado pelos pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) Thales Vilela Lelo e Lorena Caminhas e publicado na revista MATRIZes (n. 2, edição de maio/agosto de 2021).

Os autores investigaram fake news e boatos relativos a esses dois aspectos disponíveis em bancos de dados de agências de checagem de notícias e fatos. Eles identificaram pelo menos 65 peças de desinformação focadas em gênero e sexualidade.

Bereia, ao lado de duas importantes agências de fact-checking (Aos Fatos e Pública), foi fonte de informação para a análise realizada pelos pesquisadores, que examinaram, por exemplo, o formato de publicação e os canais de divulgação das fake news, além do apelo moral dirigido ao público receptor. 

Clique aqui e confira o artigo, intitulado “Desinformação sobre gênero e sexualidade e as disputas pelos limites da moralidade”.

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Foto de capa: Alexander Grey/Pexels