Voltou a circular em grupos de WhatsApp de lideranças evangélicas uma antiga mentira sobre a suposta queima de igrejas na Índia. O monitoramento do Bereia identificou a circulação neste início de abril e analisou a mensagem, que já havia sido desmentida anteriormente, em 2020 e 2023. A origem desta desinformação remonta a, pelo menos, 2010, tendo sido desmentida ao longo dos anos por diversos veículos.
O texto, sem autoria, menciona supostos ataques a igrejas em “Olisabang”, mas a localização sequer existe na Índia. Com o característico tom alarmista dos conteúdos fraudulentos, o texto enumera uma série de ataques fictícios a missionários e crianças na tentativa de sensibilizar o leitor para orações. A entidade religiosa local India Gospel Leagues negou a veracidade dos ataques ainda em 2010, mas a mentira reapareceu em 2012, 2015, 2020, 2023 e agora novamente em 2025.
Diante da circulação contínua dessa mensagem, a organização estadunidense Portas Abertas, que apoia cristãos em certos contextos de perseguição religiosa, emitiu em 2023 um comunicado confirmando que as informações eram falsas.
Em outras versões, o texto é acompanhado de vídeos falsos, gravados na Síria, em 2013. Segundo o UOL Confere, nesta versão as imagens mostram integrantes da inteligência militar do regime de Bashar al-Assad, e os corpos exibidos não pertencem a missionários indianos ou cristãos no Iraque, mas a vítimas do regime sírio.
Bereia alerta: diante da recorrente disseminação de mentiras que têm cristãos como alvo, é fundamental adotar uma postura crítica ao receber mensagens alarmantes. É recomendável verificar a procedência das informações antes de compartilhá-las. Algumas dicas essenciais:
Não acredite automaticamente em mensagens sem autoria: Informações sem indicação de fonte ou baseadas apenas em testemunhos anônimos têm maior chance de serem falsas.
Verifique se a origem da notícia, as fontes, são confiáveis: Notícias verídicas costumam ser divulgadas por veículos de comunicação credenciados e por órgãos oficiais. Muitas publicações falsas nem indicam a fonte.
Desconfie de tom sensacionalista: Textos que apelam para o medo e a urgência sem apresentar provas concretas devem ser analisados com cautela.
Não atenda pedidos de compartilhamento antes de checar a veracidade do conteúdo: uma das estratégias de propagadores de falsidades para alcançar muitas pessoas é pedir que quem recebe compartilhe a publicação.
Pesquise antes de compartilhar: Uma busca rápida em portais de notícias e plataformas de checagem pode evitar a propagação de desinformação.
Referências:
Coletivo Bereia
https://coletivobereia.com.br/sao-falsas-correntes-de-whatsapp-pedindo-oracao-por-cristaos-perseguidos/ Acesso 08 abr 2025
Know India
https://knowindia.india.gov.in/states-uts/ Acesso 08 abr 2025
India Gospel League
https://www.mnnonline.org/news/e-mail-rumor-spreads-anti-christian-sentiment/ Acesso 08 abr 2025
Boatos.org
https://www.boatos.org/religiao/20-igrejas-queimadas-ontem-olisabang-india.html Acesso 08 abr 2025
UOL Confere
https://noticias.uol.com.br/confere/ultimas-noticias/2023/04/14/e-falso-o-video-com-imagens-atribuidas-a-massacre-de-cristaos-na-india.htm Acesso 08 abr 2025
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