Apoio de líderes e pastores arregimentam o voto dos evangélicos? O tema, que divide opiniões, foi pauta de reportagem publicada em 6 de outubro pelo jornal “O Globo” e ouviu estudiosos e pesquisadores, entre eles a editora-chefe do Coletivo Bereia Magali Cunha. Por causa do trabalho de fact-checking, Bereia vem se tornando fonte consistente para assuntos relacionados à mídia e religião.
Para Magali Cunha, há pelo menos três décadas a ideia de que pastores direcionam o voto dos fiéis não faz mais sentido. Isso se deve àquilo que a pesquisadora trata como “modo de ser” evangélico, além do fato de que não é correta a referência ao voto evangélico.
“Não há um eleitor apenas evangélico; as pessoas são também mães solteiras, motoristas de aplicativo, moradores da periferia”.
A editora-geral do Bereia citou o exemplo de Pablo Marçal, que apresenta um discurso religioso, mas que também estimula o empreendedorismo e a conquista de sucesso individual. Esse tipo de estratégia, segundo ela, “consegue tocar em desejos e expectativas de pessoas que, antes de serem evangélicas, desejam viver com mais conforto e ganho financeiro”. E acrescentou: “falar em prosperidade é teológico para parte dos fiéis, mas também é algo mais amplo”.
Bereia na mídia
O Bereia, que completa cinco anos de fundação em 2024, vem se tornando referência para o jornalismo das grandes mídias e de outros projetos, como Agência Brasil (do governo federal), Agência Lupa, O Globo e Agência Pública. Além disso, há o uso de checagens produzidas pelo Bereia em matérias publicadas (O Globo, O Estado de S. Paulo, Projeto Comprova). De julho de 2023 a outubro de 2024, por exemplo, houve 22 participações em espaços jornalísticos de grande alcance por meio de menções em matérias, entrevistas destacadas com a editora-geral, reprodução de conteúdo produzido com destaque em reportagens.
A íntegra da reportagem de “O Globo” está disponível no site do jornal.
Imagem de capa: Claudio Henrique Claudio / Pixabay