Na primeira semana de dezembro, circularam em perfis de oposição ao presidente Jair Bolsonaro em mídias sociais religiosas, publicações que afirmavam que o filho do político, o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), teria utilizado a imagem de uma campanha antitabagismo aplicada em embalagens de cigarros para sensibilizar seguidores em apoio ao pai, doente por erisipela.
O atual presidente da República perdeu as eleições de 30 outubro de 2022, não conseguiu a reeleição, e deverá deixar o Palácio do Planalto em 31 de dezembro. Ele ficou mais de 40 dias recluso, sem comparecer a atividades previstas em agenda de trabalho, e sem se manifestar quanto ao resultado e aos apoiadores. Uma das justificativas, dada pelo vice-presidente General Hamilton Mourão à imprensa, em 16 de novembro, foi a de um agravamento em ferida na perna causada por erisipela.
Tendo permanecido a ausência de Jair Bolsonaro nos compromissos de trabalho e no contato com o público, pela imprensa ou pelas mídias sociais, no domingo 4 de dezembro, Carlos Bolsonaro publicou em seu canal do Telegram, foto demonstrando os efeitos da infecção acometida pelo pai.
Logo a seguir, surgiram em espaços digitais de opositores de Bolsonaro e de pessoas e grupos de esquerda, entre eles, ambientes religiosos, publicações que afirmavam ser falsa a foto da perna de Bolsonaro publicada pelo filho.
As agências de checagem de informação Lupa, Fato ou Fake , E-Farsas, entre outras publicaram matérias comprovando que estas publicações são falsas. Todas pesquisaram entre as imagens de advertência publicadas na página da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e não encontraram qualquer foto como a publicada por Carlos Bolsonaro.
A imagem também não foi encontrada em arquivos mais antigos e em estudos sobre o histórico das imagens de advertência.
A Anvisa também foi consultada pelas agências e afirmou não ter encontrado correspondência das imagens das campanhas dos maços atuais ou anteriores com a foto publicada por Carlos Bolsonaro.
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Bereia repercute as publicações das agências de checagem de informações para classificar como falso o conteúdo que circulou em mídias digitais religiosas que afirmam ser manipulada a foto publicada por Carlos Bolsonaro, sobre doença do pai.
Bereia alerta leitores e leitoras para não compartilharem conteúdo acessado que não tenha comprovação. O fato de um indivíduo ou grupo ser frequente propagador de desinformação não descarta a necessidade de checagem e comprovação para se afirmar que qualquer conteúdo que tenha publicado seja falso.
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Foto de capa: Flickr/Palácio do Planalto