Não há conhecimento suficiente sobre imunidade para deixar de vacinar quem já teve covid-19

*Investigado por Luciana Petersen e Juliana Dias, do Coletivo Bereia, em parceria com NSC Comunicação. Verificação por Estadão, Rádio Band News, Rádio Noroeste, O Povo, Correio. Publicado originalmente no Comprova.

É enganoso que quem já teve covid-19 possua imunidade celular e por isso não deveria tomar a vacina contra o novo coronavírus, como afirma uma sequência de tuítes publicada por uma pesquisadora. Segundo especialistas ouvidos pelo Comprova, as respostas imunes causadas pelas infecções do SARS CoV-2 são muito variadas e apenas exames específicos de anticorpos neutralizantes e de células do sistema imunológico podem revelar o nível de proteção obtida pela infecção natural. Também não há qualquer evidência de que quem já teve a doença poderia ter uma “tempestade de citocinas” se tomar a vacina.

A sequência de postagens também afirma que só existiriam dois tipos de vacina, o que não é verdade, já que, até o momento,10 técnicas diferentes estão sendo adotadas no desenvolvimento de imunizantes contra a covid-19, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). As mensagens ainda questionam se o leitor sabe qual o tipo de cada vacina, em uma aparente sugestão de que esses dados seriam desconhecidos, quando na verdade essas informações são repassadas pelos desenvolvedores e pela OMS.

A autora também afirma que os resultados das vacinas não foram apresentados, o que não procede – quatro empresas já divulgaram os dados de eficácia de seus imunizantes.

Como verificamos?

Iniciamos a verificação pesquisando dados sobre os tipos de vacina em desenvolvimento contra a covid-19. Consultamos reportagens, sites de instituições como a Fiocruz, o Plano Nacional de Vacinação e a lista de imunizantes em fase clínica de estudos no site da OMS.

Também buscamos informações em matérias jornalísticas sobre os testes do novo coronavírus e artigos científicos sobre os resultados de eficácia das vacinas até aqui.

Entrevistamos o médico imunologista e professor da Universidade Federal de Santa Catarina, André Báfica, o virologista da Universidade Federal de Minas Gerais e do Centro de Tecnologia em Vacinas da UFMG, Flávio Fonseca, e o especialista em microbiologia, virologia e desenvolvimento de vacinas de DNA vírus pela Fiocruz, Rafael Dhalia, para questionar pontos como a possível imunidade celular de quem já teve covid-19 e possíveis reações em caso de aplicação de vacinas.

Pesquisamos informações sobre a autora das postagens em sites de busca e na Plataforma Lattes. Também consultamos a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) para confirmar o vínculo da pesquisadora com a instituição.

Tentamos contato por e-mail com a autora das postagens, mas até a publicação desta checagem não tivemos retorno.

O Comprova fez esta verificação baseado em informações científicas e dados oficiais sobre o novo coronavírus e a covid-19 disponíveis no dia 21 de dezembro de 2020.

Verificação

Quem teve covid-19 não precisa de vacina?

Na primeira mensagem publicada, a autora afirma que já teve covid-19 e, por isso, teria imunidade celular contra a doença, sugerindo que não haveria necessidade de se vacinar. No entanto, o conhecimento sobre essa proteção gerada pela infecção ainda é um ponto incerto nos estudos sobre o novo coronavírus. Especialistas têm defendido que mesmo quem já teve a doença tome a vacina quando ela estiver disponível.

O médico imunologista e professor da UFSC André Báfica, que também atua no desenvolvimento de uma vacina contra o novo coronavírus com base na bactéria usada na BCG, esclarece que para a infecção pelo SARS CoV-2 ainda não se sabe qual o índice de proteção que a infecção natural promove.

Ele explica que em algumas situações, como da pneumonia causada pela bactéria Pneumococo, a vacina protege mais do que a infecção natural. Em outros casos, como a caxumba, a imunização pela infecção é mais duradoura do que a da vacina – embora desenvolver a doença ofereça risco de infertilidade para homens. No caso da covid-19, o professor esclarece que há muita variação na resposta imune causada pelas infecções. E saber quem eventualmente já teria obtido proteção natural não é tarefa fácil.

Os testes rápidos detectam apenas quem já teve contato com o vírus. Para saber a proteção real que a pessoa tem contra o SARS CoV-2, é preciso identificar se essa exposição gerou a criação de anticorpos neutralizantes, aqueles que são capazes de impedir o vírus de ingressar na célula humana, ou mesmo se há presença de células T (ou linfócitos T) específicas, mencionadas pela autora na postagem. Essas células T fazem parte do sistema imunológico, ajudam na resposta antiviral e são também associadas à imunidade contra a covid-19 porque alguns pacientes podem produzir pouco ou nenhum anticorpo, mas alcançaram imunidade por meio das células T. No entanto, identificar o nível dessas duas formas de proteção em cada pessoa só é possível com exames mais elaborados e complexos.

“Tem maneiras de a gente saber, mas essas maneiras são muito caras, feitas em laboratório altamente especializado, para medir o nível de resposta imunológica das células T e o nível de anticorpos neutralizantes. Isso custa caro, muito mais caro que uma dose de vacina”, afirma o professor Báfica.

Assim, se a eficácia de uma vacina for de 90%, explica Báfica, a cada 100 pessoas que receberem as doses, 90 estarão imunizadas, ao passo que pela infecção natural não se sabe a proporção de pessoas que estariam protegidas. Por conta disso, a recomendação de especialistas de saúde pública é para que todos tomem a vacina, para garantir a máxima imunização. A padronização na resposta imune proporcionada pela vacina é outra vantagem indicada.

“Há uma chance de que quem teve a doença não precise ser vacinado? Tem uma chance? Nesse momento tem. Dá pra falar que essa pessoa não precisa de vacina? Não, não podemos falar isso. Até o momento, vai ser muito mais barato as pessoas tomarem a vacina, que a gente sabe que é segura, do que fazer um teste para saber se você vai ou não precisar dela”, explica.

O virologista da Universidade Federal de Minas Gerais e do Centro de Tecnologia em Vacinas da UFMG, Flávio Fonseca, explica que a mecânica da imunização gerada pela infecção citada no tuíte é correta, mas confirma que uma das grandes lacunas de informação que se tem hoje é sobre a longevidade dessa resposta imune e o quão eficaz ela é. Um exemplo disso são os casos de reinfecção que vêm sendo registrados. Segundo ele, assegurar que todos que tiveram covid-19 possuem essa proteção desconsidera até mesmo a grande variabilidade de resposta imune de uma pessoa para outra.

“Se a gente tivesse uma resposta clara de que a pessoa que se infectou está protegida, igual na catapora, ótimo. Não é o caso, a ciência ainda não conseguiu arregimentar essas informações, então é irresponsável da parte de uma pessoa vir publicamente informar isso”, aponta.

Procurado pelo Comprova, o especialista em desenvolvimento de vacinas de DNA vírus pela Fiocruz, Rafael Dhalia, confirma que estudos mostram queda abrupta de anticorpos após três meses de infecção e que, embora a resposta celular ocorra com a infecção, “se a imunidade celular por si só conferisse total proteção, não existiriam casos de reinfecção pelo SARS CoV-2”.

Tempestade de citocinas

A autora também sugere que, caso quem já teve covid-19 tome a vacina, poderia ter uma tempestade de citocinas ao entrar em contato com o vírus ou partículas do vírus que pudessem estar presentes nas doses, e que isso poderia levar até a morte, a depender da intensidade. O médico infectologista e professor da UFSC diz que não há nenhum dado de nenhuma vacina que confirme esta afirmação.

Tempestade de citocinas é o nome dado a uma espécie de desequilíbrio na resposta imune, quando o sistema inflamatório do corpo não consegue parar de atuar e acaba causando danos ao próprio organismo. Estudos analisam possível relação desse fenômeno com a alta mortalidade decorrente de covid-19. Báfica explica que as tempestades de citocinas só têm sido vistas em parte dos pacientes que precisam ir para a UTI, na forma grave da doença. Em geral, pessoas com doença prévias e que representariam menos de 20% do total de casos.

Além disso, muitas das vacinas em desenvolvimento, como a da farmacêutica norte-americana Pfizer em parceria com o laboratório alemão BioNTech, que usa método de RNA mensageiro, não utilizam partes do vírus na composição, apenas um código genético que induz as células a produzirem uma proteína característica do coronavírus.

Flávio Fonseca, da UFMG, também diz que essa relação entre vacina e possível risco a quem já se infectou é incorreta. Ele explica que o mecanismo imune gerado pela vacina é diferente do que é desencadeado pela infecção, situação em que o vírus pode inclusive alterar a capacidade de resposta imunológica do corpo.

“A resposta ao vírus é uma coisa, a resposta à vacina é completamente diferente. Nenhuma das vacinas é composta pelo vírus vivo. Ou é uma vacina de RNA, ou de adenovírus, ou de vírus morto ou que contém uma proteína do SARS CoV-2. Então, a circunstância da vacinação é outra. Ela gera anticorpos e células de defesa contra o coronavírus, mas num ambiente global de resposta imune completamente diferente da resposta ao coronavírus”, detalha.

Rafael Dhalia, da Fiocruz, diverge e diz que há possibilidade de uma resposta exacerbada (a tempestade de citocinas) quando alguém já infectado entrar em contato com o vírus, mas diz que isso pode ocorrer também em caso de sucessivas infecções naturais ou por vírus relacionados (outros coronavírus). Segundo ele, o fenômeno, chamado de ADE, é comum com a dengue e vem sendo estudado no caso da covid-19. Sobre essa ocorrência no contato com as vacinas, ele cita que a vacina da Sinopharm, por exemplo, já foi aplicada de forma emergencial em mais de 1 milhão de chineses e que até o momento não há relatos dessa resposta exacerbada ou tempestade de citocinas em imunizados.

“Não tomar nenhuma vacina não parece ser uma boa opção, até porque tudo indica que a infecção por SARS-CoV-2 não confira imunidade protetora duradoura, o que significa que não atingiremos a imunidade de rebanho pela simples infecção natural pelo vírus”, afirma.

Dez tipos de vacina

Ao contrário do que diz a autora das postagens, não há apenas dois tipos de vacina. As vacinas atenuadas, que contêm o vírus vivo, mas enfraquecido, e as inativadas, feitas com o vírus morto ou inativado por processo químico, são citadas por ela e são duas das formas mais conhecidas de imunizantes em geral, mas há outras tecnologias sendo empregadas no desenvolvimento de imunizantes contra a covid-19.

Segundo a relação de vacinas em fase clínica de estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS), há 10 estratégias diferentes em utilização pelos desenvolvedores das 56 vacinas candidatas até 17 de dezembro, nas fases 1, 2 e 3 de estudos clínicos. Dessas, apenas uma usa o método com o vírus vivo atenuado.

Um desses 10 métodos usados são as chamadas vacinas de subunidades, que em vez de trabalhar com o vírus inteiro, atenuado ou inativado, utilizam apenas uma parte dele, como uma proteína, para ativar a produção de anticorpos por meio dos imunizantes. O site da Fiocruz traz explicações sobre esses três tipos de vacinas.

Outra estratégia em uso são as vacinas de vetor viral não replicante, em que outro vírus incapaz de se reproduzir no organismo, em muitos casos um adenovírus, é utilizado como vetor, para “transportar” o gene da proteína spike do SARS-CoV 2, responsável por permitir a entrada do coronavírus nas células humanas. É dessa forma que esse método de imunizante induz a produção de anticorpos.

Além disso, a corrida pela vacina também acelerou as pesquisas das chamadas vacinas gênicas. Em vez de utilizarem o vírus ou parte dele, essa modalidade faz uso apenas de um código genético que é capaz de fazer as próprias células do corpo humano produzirem a proteína spike, existente no coronavírus. A partir daí, o organismo é acionado para desenvolver anticorpos contra essa substância, e em caso de uma futura infecção, o corpo já saberá como se proteger. É o caso das vacinas de mRNA, ou RNA mensageiro, como os imunizantes da norte-americana Moderna e da parceria Pfizer/BioNtech. Esta última foi a primeira a ser autorizada para uso em massa em um país ocidental e que já vem sendo aplicada no Reino Unido e nos Estados Unidos.

No total, os 10 tipos de vacinas em teste, segundo a OMS, são: vírus vivo atenuado, vírus inativado, subunidade proteica, vetor viral não replicante, vetor viral replicante, DNA, RNA, VLP, além de outros dois tipos de vetor viral que combinam o uso de células de apresentação de antígenos. Publicação da Agência Brasil e edição de julho da revista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) explicam diferenças entre algumas das estratégias usadas na busca por vacinas contra a Covid-19. O Plano Nacional de Vacinação, apresentado esta semana pelo governo federal, também detalha esses métodos.

Técnica de cada vacina é conhecida

Também não é verdade que a população desconhece qual a tecnologia empregada no desenvolvimento de cada vacina, conforme sugerido na sequência de tuítes ao questionar “Vcs sabem qual delas está sendo produzida? Eu não!!!!”. Entre os quatro imunizantes com testes da fase 3 autorizados no Brasil, há três métodos diferentes. A vacina da Pfizer/BioNTech, como já dito, usa a plataforma de RNA. A CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac com o Instituto Butantan, é de vírus inativado. As vacinas da farmacêutica AstraZeneca com a Universidade de Oxford, da Inglaterra, e da Janssen usam a técnica de vetor viral não replicante.

Segundo a lista da OMS, das 14 vacinas que estão na fase 3 dos estudos em todo o mundo, há seis métodos principais. Em quatro, os laboratórios utilizam o vírus inativado – Sinovac, Bahrat Biotech e dois imunizantes da Sinopharm. Duas, da Moderna e da Pfizer/BioNTech, utilizam tecnologia de mRNA e uma (Inovio) tem estratégia similar, de DNA. Outras quatro vacinas utilizam vetor viral não replicante (AstraZeneca/Oxford, Instituto Gamaleya, Janssen e Cansino), duas usam plataforma de subunidade proteica (Novavax e Anhui Zhifei Longcom) e uma (Medicago) usa plataforma com partículas semelhantes ao vírus, chamada de VLP (Virus Like Particle).

Índice de erro nos testes

A pesquisadora afirma nos tuítes que os testes apresentam de 20% a 70% de erros.

Segundo o Conselho Nacional da Saúde, dois testes são mais recomendados para a detecção do novo coronavírus, o RT-PCR e os exames sorológicos IGG e anticorpos totais.

Os testes do tipo RT-PCR são os mais recomendados pela OMS e identificam a presença do material genético do vírus no organismo a partir de amostras de secreções do nariz ou da garganta. Esse tipo de teste deve ser realizado entre o terceiro e sétimo dia de sintomas; fora deste prazo há uma maior chance de falso-negativo. Segundo artigo da Johns Hopkins Medicine, a porcentagem de falsos-negativos em testes RT-PCR é de pelo menos 20%, podendo variar de acordo com o tempo desde a infecção. Os cientistas ressaltam, entretanto, que o estudo possui limitações, como o fato de terem utilizado diferentes tipos de RT-PCR, e recomendam que mais estudos sejam feitos para identificar a precisão dos testes.

Os exames sorológicos IGG e anticorpos totais identificam se a pessoa já produziu anticorpos contra o coronavírus, ou seja, indicam se já teve contato com o vírus.

O resultado também depende do tempo desde a infecção, visto que o organismo pode levar alguns dias para produzir anticorpos, sendo na maioria das vezes entre o dia 10 e o dia 21 após a infecção. Segundo o Ministério da Saúde, os testes IGG utilizados no Brasil apresentaram de 95% a 100% de sensibilidade.

Os chamados “testes rápidos” (IGA e IGM) estão sendo descartados pela comunidade científica e a OMS por conta da baixa eficácia nos resultados. Esse tipo de teste pode chegar a 75% de falsos-negativos.

O diagnóstico da covid-19, no entanto, não deve levar em conta somente o teste, mas a análise de sintomas e, se possível, a utilização de testes conjuntamente.

Tempo de desenvolvimento

Em outro trecho do vídeo, a pesquisadora afirma que as vacinas levam tempo para serem produzidas, que “um estudo robusto leva em torno de 5 anos” e que “as vacinas atuais levaram um mês”.

O Comprova já mostrou em outra verificação que tanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quanto a Food and Drug Administration (FDA), órgão regulatório dos Estados Unidos, não estabelecem tempo mínimo para desenvolvimento de vacinas a serem aprovadas. O fundamental é que passem por estudos com três fases, comprovando segurança e eficácia.

O médico imunologista e professor da UFSC acrescenta que novos desenvolvimentos de vacinas aproveitam o conhecimento acumulado de mais de 100 anos da ciência na fabricação de imunizantes. Além disso, os impactos da pandemia contribuíram para acelerar algumas etapas, como as análises de algumas agências regulatórias, sem deixar de garantir a segurança.

Além disso, os testes das vacinas atuais não duraram um mês. A Pfizer, por exemplo, que teve autorizações recentes no Reino Unido e Estados Unidos, informa como 29 de abril a data de início dos estudos da fase 1 e anunciou a conclusão da fase 3 de estudos em novembro, o que corresponde a um intervalo de seis meses e meio.

Duração da imunização

A duração da proteção contra o novo coronavírus oferecida pela vacina, também citada pela autora da postagem, é de fato uma das principais dúvidas até o momento. Apesar disso, um estudo publicado no jornal The New England Journal of Medicine já revelou que voluntários da fase 1 da vacina da norte-americana Moderna continuaram registrando altos índices de anticorpos neutralizantes 119 dias após a vacinação – 90 dias após receberem a segunda dose. Os voluntários continuam sendo acompanhados para identificar a durabilidade da resposta imune. A notícia de que o imunizante proporciona pelo menos três meses de imunização foi repercutida por veículos como G1 e El País.

Outras vacinas como a da Pfizer/BioNTech ainda não tiveram os dados de durabilidade divulgados. A tendência, segundo o médico imunologista e professor da UFSC, André Báfica, é de que só seja possível avaliar a longevidade da proteção das vacinas com o decorrer do tempo, em que os voluntários continuarão a ser avaliados.

Rafael Dhalia, da Fiocruz, confirma que o tempo de proteção das vacinas em testes ainda não é conhecido e que isso requer que transcorra o tempo de estudo.

“Agora, deixar esse tempo passar sem se vacinar e contar com a infecção do vírus como parâmetro de proteção individual com certeza não é uma boa avaliação da situação diante da escalada desenfreada do número de contaminações e mortes” aponta.

Autora da postagem

Em seu currículo Lattes, Cintia Tóquio Reis Gonçalves informa que é fisioterapeuta e doutora em patologia pulmonar pela Faculdade de Medicina da USP. A instituição confirmou por email que Cintia teve vínculo com a USP até 2019, nos cursos de doutorado e pós-doutorado.

Entramos em contato com a autora, que não respondeu até a data da publicação.

Por que investigamos?

Em sua terceira fase, o Comprova investiga conteúdos duvidosos relacionados às políticas públicas do governo federal e à pandemia do novo Coronavírus.

Peças de desinformação sobre vacinas são prejudiciais porque diminuem a confiança da população nas autoridades e em campanhas de imunização, consideradas fundamentais para diminuir a mortalidade da covid-19 e desafogar o sistema de saúde. O conteúdo analisado teve mais de 15 mil interações, juntando todos os tweets.

Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

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Foto de Capa: Comprova/Reprodução

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