A editora-geral do Coletivo Bereia Magali Cunha afirmou em entrevista ao Programa TVT News, da Rede TVT, em 22 de abril, que a identidade do Papa Francisco como pastor que cuida do seu rebanho com dedicação e afeto explica a reação de consternação por parte de grupos evangélicos com a morte dele.
Como explicar esse comportamento – que incluiu manifestações públicas de lideranças e notas oficiais de igrejas – diante de uma divisão histórica entre católicos e evangélicos ao longo do tempo? Para a pesquisadora, os evangélicos têm grande apego à figura do pastor, da pastora, daquele que cuida da comunidade. “O Papa Francisco teve essa dimensão do cuidado com a Igreja Católica, mas também olhou para o mundo com tantos problemas, tantas desigualdades, guerras, injustiças ausência de paz”, salientou.
Magali Cunha também associa essa reação de evangélicos – e também de pessoas não cristãs e até mesmo os ateus – a um discurso presente no pontificado de Francisco voltado à conversão. A editora-geral do Bereia defende que esse é um tema “muito caro” aos evangélicos, já que desde a chegada de missionários ao Brasil a ênfase sempre foi a de converter os católicos à fé evangélica.
“O papa Francisco usou essa imagem da conversão na sua propagação teológica e pastoral desde o primeiro ano do seu pontificado em 2013 quando escreveu a encíclica chamada ‘Alegria do Evangelho’, na qual se referiu à necessidade de conversão da Igreja Católica aos valores do Evangelho”, destacou Magali Cunha. Ela lembrou que esse ideal fez parte da prática do Pontífice e de seu trabalho.
Outro documento citado pela pesquisadora foi a encíclica Laudato Si’ (“Louvado Sejas”) na qual Francisco tratou das mudanças climáticas, o drama da Terra. “O trabalho como pastor que ele se propõe alcança não apenas os seres humanos, mas também o cuidado com a Terra. Isso também traz uma dimensão muito especial e que tem a ver com essa conversão que ele pregou”.
Nesse sentido, Magali Cunha chama a atenção para a tarefa de manter o trabalho que o Papa Francisco deixou como herança. “Não importa se a pessoa é evangélica, católica, cristã de modo geral, se tem uma religião ou não tem, importa que sejam pessoas que tenham fome e sede de justiça. Esses ideais devem ser levados adiante nessa perspectiva”.
Papa-pastor
Em entrevista ao Programa Outubro, do canal Opera Mundi, no dia 21 de abril, a editora-geral do Bereia também destacou a importância do Papa Francisco e seu legado. Ela reforçou a figura do pontífice caracterizada pela humildade e amorosidade em relação ao seu rebanho e também a todo o mundo. “Francisco foi realmente um papa-pastor”, declarou.
Confira a íntegra das entrevistas nos links abaixo:
Opera Mundi – https://www.youtube.com/live/sWSb_OKqe-I
Confira a íntegra da entrevista no link abaixo (a partir de 1h47min):