
Em entrevista ao SBT neste 28 de julho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) declarou que trabalha para dificultar o trabalho dos senadores que estão em Washington para negociar com o governo dos Estados Unidos (EUA). A comitiva de oito parlamentares de diferentes partidos e tendências políticas está naquela capital desde 26 de julho para colaborar na busca de alternativas frente à ameaça de um tarifaço imposto ao Brasil pelo governo de Donald Trump.
O presidente dos EUA anunciou a aplicação de tarifas de 50% sobre produtos importados do Brasil por aquele país a partir de 1 de agosto de 2025. Os senadores brasileiros tentam estabelecer diálogo com congressistas dos EUA para possíveis acordos para reversão desta ameaça.
Contexto
Em 9 de julho passado, Donald Trump anunciou a imposição de uma série de tarifas sobre produtos importados de diversos países, incluindo o Brasil. Neste caso, uma exigência política singular: em carta publicada na internet, Trump deixou claro que a medida de taxação dos produtos brasileiros não se trata somente de questões econômicas, mas é uma resposta às acusações judiciais ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu em ação penal que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado em 2022.
Na trilha da posse de Donald Trump, para um novo mandato presidencial, em março passado, Eduardo Bolsonaro se licenciou do seu cargo de deputado federal e se transferiu para os EUA. O motivo foi “se dedicar em tempo integral a convencer o governo Donald Trump a atuar pela anistia aos envolvidos nos ataques do 8 de janeiro no Brasil e para obter sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes”, conforme divulgado pelo próprio Eduardo Bolsonaro em seu canal no YouTube.
Desde então, o deputado licenciado têm usado as mídias sociais para criticar o governo federal brasileiro, na figura de Luiz Inácio Lula da Silva, assim como a Justiça do país, na figura do ministro do STF Alexandre de Moraes. Ele também tem atuado no pressionamento da opinião pública, em tom de chantagem, de que caso o Brasil não anule o julgamento de Jair Bolsonaro medidas mais drásticas serão aplicadas sobre o país pelos EUA.
Há ainda publicações desinformativas que responsabilizam o governo do Brasil pelas ameaças do governo Trump, como Bereia já checou.
Bereia checou desinformações de Eduardo Bolsonaro no contexto do caso
Em um vídeo recente publicado em seu canal no YouTube, o parlamentar licenciado expressou o desejo de uma intervenção do país norte-americano no Brasil, ao mesmo tempo em que contribuiu para a disseminação de desinformação a respeito de um navio de guerra supostamente ancorado no Lago Paranoá, em Brasília. A checagem foi feita pelo Bereia.