Discurso desinformativo, enganoso e falso tem evangélicos como público preferencial, avalia a editora-geral do Bereia

O uso político da desinformação não é novidade, assim como não é algo novo no contexto das religiões, alcançando principalmente grupos evangélicos, ressaltou a editora-geral do Bereia, Magali Cunha, durante entrevista ao Programa Papo de Fé, da TV Fórum, em março de 2024.

Ela lembra que o ano de 2016 foi emblemático para essa estratégia, com o episódio do Brexit – movimento que defendia a saída da Grã-Bretanha da União Europeia – e com a campanha de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.  Em ambas as situações, a escolha foi utilizar as ferramentas digitais para convencer as pessoas, introduzindo discursos que mexiam com a emoção e o sentimento delas para propagar o medo e o pânico.

“A experiência Brexit ensinou sobre a necessidade de formular discursos específicos, segmentando grupos, entre os quais os religiosos. Pesquisas científicas apontaram que estes têm maior suscetibilidade, maior vulnerabilidade à propagação desses conteúdos, pois trata-se de pessoas que acreditam, que estão ancoradas na fé”, analisou Magali Cunha.

A pesquisadora lembrou que particularmente os grupos cristãos evangélicos, têm forte vínculo comunitário e que o que ali circula é acolhido pela comunidade. Ela acrescenta que estudos revelam que, entre os grupos religiosos, os evangélicos são os mais presentes na mídia e os que mais fazem uso das ferramenta digitais. “Quem produz esses conteúdos sabe que ali existe um grupo que acredita, que está alicerçado nas suas crenças, e que, pela própria índole, têm um ímpeto missionário forte, levar adiante a fé, os conteúdos que recebem”.

Acompanhe a íntegra da entrevista no YouTube.

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