Relatórios apontam censura de plataformas digitais a conteúdos sobre Palestina e divulgação de desinformação

Existe um amplo uso da tecnologia voltado à prática e ao agravamento de violações dos direitos humanos em Israel por parte de empresas de tecnologia, como a Meta (que controla Facebook, WhatsApp e Instagram), no sentido de promover a censura, reter informações e indiretamente favorecer as estratégias do governo israelense no contexto das operações militares em Gaza no último ano.

A denúncia é do Centro Árabe para o Avanço das Mídias Sociais (7amleh) e aparece no relatório “Direitos digitais palestinos, genocídio e responsabilização das grandes tecnologias”, divulgado no mês de setembro pela organização. O documento aponta a Meta como uma das mais atuantes. O Observatório Palestino de Violações dos Direitos Digitais, ligado à 7amleh, identificou mais de 5.100 casos de censura digital e veiculação de conteúdo enganoso em plataformas como a de Mark Zuckerberg no período de 7 de outubro de 2023 a setembro de 2024.

O relatório também destacou a disseminação de campanhas com conteúdo desinformativo, com danos à liberdade de expressão, ao acesso à informação e ao direito à segurança. Vale lembrar que conteúdos falsos têm sido usados até para prejudicar as ações de ajuda humanitária em Gaza, segundo revela o documento.

A Human Rights Watch já havia denunciado em dezembro de 2023 graves violações aos direitos humanos aos palestinos de Gaza e também a censura imposta. Em um comunicado para apresentar o relatório que elaborou, a organização apontou a atuação da Meta ao dizer que as políticas e práticas da empresa “têm silenciado vozes em apoio à Palestina e aos direitos humanos palestinos no Instagram e no Facebook em uma onda de censura intensificada nas redes sociais“.

Na mesma nota, a Human Rights Watch destacou que no período de outubro a novembro do ano passado mais de 1.050 postagens foram removidas ou conteúdos suprimidos no Instagram e no Facebook, todas feitas por palestinos e apoiadores, incluindo aquelas que tratavam de abusos de direitos humanos.

A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal Brasil), em postagem nas mídias digitais, reforçou o conteúdo da 7amleh ao dizer que a Meta mantém “laços profundos com o apartheid israelense e promove censura sistêmica e global de conteúdo sobre a Palestina e de denúncia do genocídio”. Outra acusação contra a Meta é que ela estaria subsidiando os israelenses com dados de WhatsApp de palestinos de Gaza que seriam usados nas ações de ataques e bombardeios, apontou a Fepal Brasil.

Identidade religiosa está muito além do nome de urna utilizado nas eleições, defende editora-geral do Bereia

O nome de urna – aquele escolhido pelo candidato durante a campanha eleitoral – com indicação de título religioso não garante necessariamente vitória a quem o utiliza, pois a identidade está muito além dele. A avaliação foi feita pela editora-geral do Bereia, Magali Cunha, em entrevista à Agência Brasil em 7 de outubro. A reportagem tratou das candidaturas com viés religioso, incluindo aquelas pertencentes a expressões religiosas de matriz africana, além das cristãs (católicas e evangélicas).

A pesquisadora lembrou que nas eleições de 2020 e 2022 essa estratégia não saiu vitoriosa. Quem usa termos religiosos no nome de urna [como pastor/a, bispo/a, apóstolo/a, missionário/a] não é mais eleito do que religiosos que não colocam a identidade no nome”, afirmou.

Magali Cunha chamou a atenção para uma categoria genérica identificada como “cristã” que cresceu nas últimas eleições. Segundo ela, a estratégia é apropriada geralmente por candidatos conservadores, de direita, com o objetivo de se aproximar tanto de católicos quanto de evangélicos.

“Esses candidatos se apresentam como cristãos, e muitos deles têm uma vinculação específica, seja católica ou evangélica, mas não apresentam essa especificidade e querem ser identificados com a fé cristã de forma genérica”. 

A editora-geral do Bereia reforçou que não faz sentido também falar de voto religioso. “Isso não existe”. Magali Cunha defende que, apesar da dimensão religiosa que caracteriza a pessoa, ela também “é trabalhadora, desempregada, mãe, pai, heterossexual, homossexual, jovem ou idosa, e tudo isso compõe sua identidade e vai pesar nas suas decisões”.

Confira a íntegra da reportagem no site da Agência Brasil.

Foto de capa: TRE-CE

Editora-geral do Bereia rechaça ideia de ‘voto evangélico’

A ideia de voto evangélico é um equívoco, assim como se referir aos evangélicos como um grupo homogêneo, declarou a editora-geral do Bereia Magali Cunha em entrevista à revista Comunhão em 10 de outubro. Ela lembrou que a pessoa evangélica não tem sua identidade moldada apenas pela religião, pois há outras perspectivas em jogo e que influenciam o modo como vota.

 “A identidade religiosa vai ajudar a moldar, sim, a sua visão de mundo, mas ela vai decidir a partir daquilo que tem a ver com a sua vida, com aquilo que pensa que vai trazer benefícios para a sua vida, para o seu salário, para a sua casa, para os seus filhos, para a segurança que ela precisa ter, para o cuidado com a saúde”, opinou Magali Cunha.

A pesquisadora alertou também sobre o engano de caracterizar os evangélicos como um segmento único, pois as teologias e as posturas das denominações são distintas, além de as origens serem diferentes. Segundo ela, é necessário usar o termo “evangélico” no plural, pois “são grupos diversos, cada um com a sua forma de governo, com as suas lideranças”.

Isso significa que não faz sentido alguém se identificar como porta-voz dos evangélicos, adverte a editora-geral do Bereia. De acordo com ela, ninguém deve falar em nome dos evangélicos, pois “não há uma estrutura hierarquizada e centralizada”, completou.

Confira a íntegra da entrevista, que trata também de como os evangélicos vêm merecendo atenção no âmbito da política partidária, em especial nos períodos eleitorais. O conteúdo está disponível no site da revista.

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Foto de capa: Brett Sayles/Pexels

Mentira se tornou estratégia deliberada de campanha política, alerta editora-geral do Bereia

A mentira se transformou em estratégia deliberada de campanha política, alertou a editora-geral do Coletivo Bereia Magali Cunha durante entrevista ao Jornal GGN em 24 de setembro. O programa conduzido pelo jornalista Luis Nassif tratou das eleições municipais, com especial atenção a episódios de violência verbal e física, bem como da falta de propostas de grande parte dos candidatos.

A pesquisadora lembrou que apesar de a postura de mentir ser algo que sempre existiu no meio político e de que candidatos e políticos fazem promessas que sabidamente não vão ser cumpridas, a novidade está no fato de que tal comportamento é deliberado. “Capturar a atenção das pessoas, construir imagem, ocupar espaço na arena política [com base na mentira, na falsidade, no engano] é algo novo”, comentou.

De acordo com Magali Cunha, esse processo ganhou força em 2016 com o Brexit – movimento promovido na Grã-Bretanha para a retirada da Comunidade Europeia – e no mesmo ano na campanha de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos. “A partir daí, foi como uma bola de neve chegando ao Brasil em 2018 e por aqui se consolidando a ponto de haver pessoas vitoriosas nas urnas sem apresentar nem sequer propostas”.

A editora-geral do Bereia chamou atenção ainda para a midiatização da política. Na sua opinião, a política deixou de ser um espaço do contato, de colocação de ideias e se transformou em um processo no qual as mídias determinam o que deve ser dito, como e para quem. A consequência disso, aponta Magali Cunha, é a preocupação em performar nessas mídias, tendo em vista como vai sendo construída a imagem de quem está se candidatando ou discute alguma pauta na arena política.

Confira a íntegra da entrevista no YouTube.

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Foto de capa: Mohamed Hassan / Pixabay

É preciso denunciar abuso o religioso em tempos eleitorais, defende a editora-geral do Bereia

O abuso religioso vem crescendo no Brasil, e em tempos eleitorais os cidadãos precisam denunciar essa conduta de lideranças religiosas, partidos e candidatos. A opinião é da editora-geral do Bereia Magali Cunha, que participou do programa Entrevista da Hora, da TV Assembleia de Mato Grosso, em 1º de julho de 2024.

Segundo a pesquisadora, esse abuso ocorre quando personagens do mundo religioso e lideranças do mundo político que às vezes que não têm nada de religiosas fazem alianças com grupos religiosos utilizando-se de elementos simbólicos da fé e de argumentos para convencer emocionalmente pessoas por meio de um discurso de pânico moral e também demonizar candidatos e partidos.

Essa situação, já observada nas eleições presidenciais de 2018 e de 2022 e também nas eleições municipais de 2020, vem se repetindo em 2024, destaca Magali Cunha. “Isso não é saudável para a democracia nem para as religiões”, analisa.

O abuso religioso também leva à utilização de discursos extremistas e de ódio, especialmente nas mídias sociais. De acordo com a pesquisadora, pessoas, partidos, candidatos, grupos ativistas têm sido vítimas desse comportamento.

“A oposição política é saudável, mas deve ser feita dentro da civilidade, da democracia. Quando se parte para ataques, chamamentos a agressões, é muito negativo, e nesses casos é preciso enfrentar de forma muito dura, como o TSE tem feito nos últimos anos”, adverte. A íntegra da entrevista está disponível no YouTube.

Discurso desinformativo, enganoso e falso tem evangélicos como público preferencial, avalia a editora-geral do Bereia

O uso político da desinformação não é novidade, assim como não é algo novo no contexto das religiões, alcançando principalmente grupos evangélicos, ressaltou a editora-geral do Bereia, Magali Cunha, durante entrevista ao Programa Papo de Fé, da TV Fórum, em março de 2024.

Ela lembra que o ano de 2016 foi emblemático para essa estratégia, com o episódio do Brexit – movimento que defendia a saída da Grã-Bretanha da União Europeia – e com a campanha de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.  Em ambas as situações, a escolha foi utilizar as ferramentas digitais para convencer as pessoas, introduzindo discursos que mexiam com a emoção e o sentimento delas para propagar o medo e o pânico.

“A experiência Brexit ensinou sobre a necessidade de formular discursos específicos, segmentando grupos, entre os quais os religiosos. Pesquisas científicas apontaram que estes têm maior suscetibilidade, maior vulnerabilidade à propagação desses conteúdos, pois trata-se de pessoas que acreditam, que estão ancoradas na fé”, analisou Magali Cunha.

A pesquisadora lembrou que particularmente os grupos cristãos evangélicos, têm forte vínculo comunitário e que o que ali circula é acolhido pela comunidade. Ela acrescenta que estudos revelam que, entre os grupos religiosos, os evangélicos são os mais presentes na mídia e os que mais fazem uso das ferramenta digitais. “Quem produz esses conteúdos sabe que ali existe um grupo que acredita, que está alicerçado nas suas crenças, e que, pela própria índole, têm um ímpeto missionário forte, levar adiante a fé, os conteúdos que recebem”.

Acompanhe a íntegra da entrevista no YouTube.

Destaques Bereia na Educação em 2023

Bereia participou de diversas iniciativas – seminários, podcasts, trabalhos acadêmicos e outros – ao longo de 2023 voltadas a refletir sobre a desinformação e modos de enfrentá-la. Confira alguns destaques.

Julho – Trabalho acadêmico discute desinformação em redes religiosas e destaca atuação do Bereia

O fenômeno da desinformação em redes religiosas, em especial nos espaços cristãos, foi tema do Trabalho de Conclusão de Curso de Jornalismo de Julia Weiss, da Universidade Federal de Santa Catarina. O podcast Heresias da Informação, produzido para o TCC, destaca o trabalho realizado pelo Bereia na checagem de conteúdos noticiosos, com depoimentos de seus integrantes.

Setembro – Bereia participa de seminário sobre religião, discurso de ódio e mídias sociais

Bereia participou do seminário “Religião, discurso de ódio e mídias sociais”, organizado pela área de Religião e Política do Instituto de Estudos da Religião (ISER) em parceria com a Fundação Boll. O evento contou com a presença de pesquisadores e representantes de instituições da sociedade civil.

A pesquisadora Magali Cunha, editora-geral do Bereia, abordou as complexidades das mídias sociais e dos discursos de ódio relacionados à religião. Discutiu-se como a extrema direita tem utilizado a religião para disseminar ódio e desinformação online, fortalecendo estereótipos e discriminações.

Outubro – Jornalista do Bereia participa de treinamento da agência Lupa

Com o objetivo de aprimorar o trabalho de enfrentamento à desinformação, foco do trabalho realizado pelo Bereia, o jornalista  João Pedro Capobianco foi selecionado para integrar o programa de treinamento Mirante, da Agência Lupa, especializada em checagem de notícias.

A capacitação, com duração de quatro meses, inclui treinamento em técnicas de jornalismo investigativo, além de imersão e mentorias. “Estou muito feliz com mais esse passo dado. Bereia tem uma importância crucial nisso, como não poderia deixar de ser!”.

Dezembro – Bereia participa de discussão sobre envolvimento das igrejas em desinformação ou informações falsas

A editora-geral do Bereia Magali Cunha participou de um webinar que discutiu sobre o envolvimento das igrejas em desinformação ou informações falsas e sobre o que fazer para prevenir esses casos.

O evento foi promovido pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e a Associação Mundial de Comunicação Cristã (WACC) e contou com representantes de várias partes do mundo.
Magali Cunha falou sobre a situação das igrejas em uma era de alto volume de informações e desinformação. “Os ambientes religiosos são altamente vulneráveis à circulação de desinformação”, destacou. A pesquisadora comentou que “as contas de mídias sociais de grupos religiosos e seus líderes são creditadas como fontes de verdade”. Saiba mais em:

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Foto de capa: StartupStockPhotos/Pixabay

Bereia presente em curso latino-americano para militantes cristãos

A editora-geral do Bereia Magali Cunha participou em 21 de maio de uma das etapas do Curso Latino-Americano para Militantes Cristãos 2024, promovido pelo Centro Ecumênico de Evangelização e Educação Popular (Ceseep).

O evento, cujo tema foi “Juventude e o compromisso com a política e a justiça socioambiental”, reuniu em São Paulo pessoas do Equador, México, Cuba e Argentina para a troca de experiências sobre os desafios que enfrentam nas diferentes realidades onde estão inseridos e atuam. No formato híbrido do curso, na parte da tarde, uniram-se ao grupo, pela internet, outros participantes do Brasil, Angola, Cuba, Equador e República Dominicana.

Em sua reflexão a respeito de redes digitais e participação na política, Magali Cunha ressaltou por que o assunto é tão importante nos dias de hoje. “As mídias são parte do cotidiano da população e determinam o fazer político, seja o institucional (eleições, decisões nos três poderes, por exemplo), seja o das manifestações partidárias ou não no espaço público”.

O tema das mídias e a relevância delas para o ativismo social cristão tem sido priorizado nos  cursos oferecidos pelo Ceseep desde o início dos anos de 2000. Neste ano, o foco foi o lugar das mídias digitais no ativismo político e na defesa da paz com justiça. “Foi importante compartilhar sobre os processos comunicacionais digitais, o que devemos valorizar e o que devemos criticar (rechaçar e transformar), em especial tratar do enfrentamento da desinformação (as mentiras e os enganos) e dos ataques de ódio e intolerância, questões que mais preocupam os participantes”, comentou a pesquisadora. O trabalho do Bereia também foi abordado durante o diálogo com os militantes cristãos que participaram do curso. Segundo a pesquisadora,  o coletivo representa uma das formas pelas quais ocorre esse enfrentamento.

Mídia precisa conhecer mais sobre pluralidade religiosa, defende editora-geral do Bereia

Um dos grandes desafios da mídia é conhecer mais sobre a pluralidade religiosa que existe no país, compreender as particularidades de cada grupo, visando a uma divulgação mais adequada e correta. Ela não pode deixar de ser crítica, mas também ressaltar esses elementos que integram a vida cotidiana das pessoas. A opinião é da editora-geral do Bereia Magali Cunha, que foi entrevistada em 13 de março pelo Canal da Imprensa, revista eletrônica de crítica de mídia do curso de Jornalismo do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Engenheiro Coelho.

Na conversa, que tratou da importância cultural da religião no Brasil e suas implicações na cobertura da imprensa de notícias sobre o tema, Magali explicou que as religiões dão sentido à vida de muitas pessoas. Segundo ela, há também o aspecto de resistência e sobrevivência, “como foi no período da escravidão, e também do ponto de vista indígena, a toda a opressão sofrida ao longo da história da colonização”.

De acordo com a pesquisadora, até hoje é possível observar “diversas experiências de periferias e de grupos excluídos socialmente que encontram na religião essa leitura e uma presença divina que marca a força, que marca a resistência”.

Magali Cunha destacou que a mídia tem um papel importante nas questões que envolvem o tema, até mesmo no sentido de enfrentar a intolerância religiosa, mas criticou a falta de preparo dos profissionais, a começar pela formação acadêmica oferecida a eles.

“Nós não temos nas escolas de jornalismo no Brasil suficiente formação para o jornalismo especializado [em religião]. Em várias áreas, dá-se muita ênfase em política, em economia, em cultura, mas na questão da religião é praticamente zero”, ressaltou a editora-geral de Bereia.

Confira no site do Canal da Imprensa a íntegra da entrevista.

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Foto de capa: Warpmike/Pixabay

No Dia Internacional da Mulher, editora-geral do Bereia é homenageada pelo enfrentamento à desinformação

A editora-geral do Coletivo Bereia Magali Cunha foi uma das mulheres homenageadas pela Agência Lupa no Dia Internacional da Mulher neste 2024 pelo trabalho de enfrentamento à desinformação. Sob o  título “8 cientistas mulheres que pesquisam desinformação que você precisa conhecer”, Lupa, um hub de soluções de combate à desinformação por meio do jornalismo e da educação midiática, as apresentou e também trouxe uma reflexão de cada uma dentro da área de atuação delas.

Imagem: reprodução do X

Além de Magali Cunha, também receberam o reconhecimento Ana Regina Rego (coordenadora da Rede Nacional de Combate à Desinformação – RNCD), Luisa Massarani (Fiocruz), Thaiane Moreira (UFF), Adriana Barsotti (UFF), Alyne Costa (PUC-RJ), Marie Santini (UFRJ) e Helena Martins (UFC).

Em seu artigo, publicado na revista Debates da NER e reproduzido na Lupa, a editora-geral do Bereia aborda o impacto das mídias sociais no voto das mulheres evangélicas. O foco é a pesquisa qualitativa realizada por Jaqueline Teixeira e Lívia Reis com 45 mulheres evangélicas de diferentes denominações, idades e regiões do Brasil. De acordo com Magali Cunha, três elementos são essenciais em qualquer análise sobre política no Brasil: religião, gênero e mídias.

“Quaisquer considerações sobre a presença de evangélicos na igreja e nas dinâmicas socioculturais e políticas do Brasil precisam levar em conta a expressão de uma religião que carrega simbólicas e intensas marcas das lógicas da mídia e de seu processo de produção de sentidos”, destacou a pesquisadora.

Bancada evangélica no Congresso Nacional não representa a totalidade dos evangélicos, defende editora-geral do Bereia

“Falar de evangélicos não é falar de bancada evangélica. A bancada evangélica, aquele grupo de parlamentares que se encontra no Congresso Nacional, não representa a população e o eleitorado evangélico no Brasil, que é muito amplo”. A opinião é da editora-geral do Coletivo Bereia Magali Cunha, que foi entrevistada pelo canal Globonews no dia 23 de março.

Magali Cunha falou sobre a aproximação do governo Lula com o segmento evangélico e explicou a diversidade do campo religioso. Segundo ela, a chamada banca evangélica diz respeito a um segmento dos políticos que não representam os evangélicos, apesar de alguns desempenharem esse papel pelo fato de defenderem o projeto político da igreja a que pertencem.

A editora-geral do Bereia adverte que é preciso distinguir os evangélicos, que constituem um segmento muito diverso: “Existem pastores que pertencem a grandes corporações religiosas que não são apenas igrejas, mas que atuam em outras frentes e que têm interesse em eleger seus políticos para a bancada evangélica”, indica.

Magali Cunha também cita os pastores e pastores que estão no campo intermediário das igrejas médias e pequenas, que são os grupos mais amplos espalhados pelo Brasil. Inclui ainda a grande massa da população, do eleitorado evangélico “que vai à igreja, que participa e que vive o seu cotidiano entre essa vinculação que é a fé, a religião e a vida de todo o dia”. Em sua opinião, esse universo amplo deve ser considerado para um governo defensor e garantidor da liberdade religiosa e que deseja estabelecer um diálogo com esse segmento que vem se mostrando relevante na cena pública.

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Foto de capa: reprodução Globonews

Editora-geral do Bereia discute política e religião em programa da rádio CBN

A relação entre política e religião se baseia em um movimento de mão dupla em que ambas as instâncias se socorrem para legitimar seus objetivos e interesses. A opinião é da editora-geral do Bereia e pesquisadora Magali Cunha, que participou de programa jornalístico de entrevistas da Rádio CBN, em 19 de março.

Ela explicou que essa relação não é algo novo, pois o Brasil já foi colonizado com base na religião, o catolicismo ibérico. “Ao longo de muitos anos”, comentou, “tivemos a experiência de ver o catolicismo como a religião do Estado, e isso foi se transformando dentro do quadro de pluralidade religiosa”.

Magali Cunha destacou que desde os anos 2010 se observa no Brasil e em outros lugares do mundo a apropriação de certo populismo de extrema-direita que faz uso da religião. “É um fenômeno que estabelece uma ligação de mão dupla com a política, na medida em que em algum momento vamos ter a politização da religião, e em outro, a sacralização da política”.

Isso significa que a religião se vê legitimando determinado regime, comunidade política ou partidos contra inimigos que eles mesmos definem como tais e que são tidos também como inimigos de Deus. “Por outro lado, a política é sacralizada quando certos partidos ou certas lideranças são colocados como escolhidos de uma divindade”, acrescentou a editora-geral do Bereia. Na entrevista, Magali Cunha também alertou sobre o risco de tratar os evangélicos como um único grupo – “chega a ser uma irresponsabilidade considerá-los de forma homogênea” – e comentou sobre outros temas.

Propagação de fake news é intensificada em anos eleitorais, alerta editora-geral do Bereia

Os anos eleitorais recentes têm sido palco da intensificação da propagação de fake news, segundo avaliou a editora-geral do Bereia e pesquisadora Magali Cunha em reportagem publicada em 20 de março pela Agência Brasil intitulada “Entenda como a nova onda de fake news influencia a guerra digital”.

A pesquisadora chamou a atenção para as eleições ocorridas recentemente. “Os anos de 2018, 2020 e 2022 foram muito intensos com desinformação nos ambientes digitais. Já entre 2019 e 2021, houve deliberadamente uma política de desinformar, promovida pelo governo [do presidente Jair] Bolsonaro (PL). Mas desde outubro do anos passado, é cada vez mais alta a intensidade e quantidade de notícias falsas”, afirmou Magali Cunha.

Na opinião da editora-geral do Bereia, essa guerra digital das fake news é estimulada por diversos atores. “O nosso monitoramento de grupos de influenciadores religiosos aponta um verdadeiro bombardeio de conteúdos falsos, que depois acaba sendo alimentado pela própria grande mídia, com notícias com títulos enganosos que podem induzir leitores a construir pensamentos e ações negativas sobre determinadas pautas”, destacou. Ela acrescentou que “muitos políticos também têm seu papel negativo nesse ecossistema, porque municiam a desinformação com conteúdo não verdadeiro, que depois é trabalhado por esses grupos”.

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Foto de capa: Agência Brasília/Flickr

Editora de Bereia analisa fake news e eleições municipais em congresso de comunicação

Você relacionaria fake news com estratégias de campanha eleitoral de candidatos com identidade religiosa? Esse foi o esforço empreendido por Magali do Nascimento Cunha, pesquisadora e editora-geral do Coletivo Bereia, em trabalho apresentado durante a 46ª edição do Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, promovido pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares de Comunicação (Intercom).

A análise, que focou as eleições municipais de 2020,  se baseou em dados quantitativos e qualitativos resultantes de pesquisa do Instituto de Estudos da Religião (ISER). Os discursos contidos em materiais de campanha foram examinados, com a identificação dos principais conteúdos falsos e enganosos que circularam nos pronunciamentos de tais candidatos.

Magali Cunha concluiu que três núcleos temáticos de concentração de desinformação e fake news foram predominantes: ideologia de gênero, pânico em torno da educação e cristofobia.

Clique aqui e confira na íntegra o artigo, intitulado “Fake news como estratégia de campanha de candidatos com identidade religiosa: um olhar sobre as eleições municipais de 2020”.

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Foto de capa: Element5 Digital/Pexels

Checagens feitas por Bereia subsidiam estudo que avalia desinformação sobre gênero e sexualidade

A investigação de histórias falsas sobre gênero e sexualidade compartilhadas em 2019 é o foco principal de artigo elaborado pelos pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) Thales Vilela Lelo e Lorena Caminhas e publicado na revista MATRIZes (n. 2, edição de maio/agosto de 2021).

Os autores investigaram fake news e boatos relativos a esses dois aspectos disponíveis em bancos de dados de agências de checagem de notícias e fatos. Eles identificaram pelo menos 65 peças de desinformação focadas em gênero e sexualidade.

Bereia, ao lado de duas importantes agências de fact-checking (Aos Fatos e Pública), foi fonte de informação para a análise realizada pelos pesquisadores, que examinaram, por exemplo, o formato de publicação e os canais de divulgação das fake news, além do apelo moral dirigido ao público receptor. 

Clique aqui e confira o artigo, intitulado “Desinformação sobre gênero e sexualidade e as disputas pelos limites da moralidade”.

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Foto de capa: Alexander Grey/Pexels