Em meio às polêmicas de Frei Gilson, falsa noção de “cristofobia” volta à cena

Desde o início do tempo da Quaresma no calendário cristão, o religioso católico Gilson da Silva Pupo Azevedo, conhecido como Frei Gilson, tem reunido mais de um milhão de pessoas online, às 4h da manhã, para a oração do Terço do Rosário. As lives são transmitidas pelo YouTube e pelas redes sociais do religioso e chamaram a atenção de grupos que, até então, o desconheciam.

Para quem ainda não tinha ouvido falar em Frei Gilson, o número de fiéis que acompanha suas transmissões na madrugada pode impressionar, mas o líder religioso da Ordem das Carmelitas Mensageiras do Espírito Santo atrai multidões desde o período de maior reclusão social durante a pandemia de covid-19.

Hoje, apenas no Instagram, o perfil de Frei Gilson tem 8,4 milhões de seguidores (dos quais 840 mil foram adicionados nos últimos 15 dias). No YouTube, são 6,7 milhões de inscritos e, no Facebook, 2,4 milhões. Mesmo com números tão expressivos, porém, a popularidade do carmelita parecia restrita a nichos religiosos.

Imagem: reprodução Instagram

Isso mudou com a chegada da Quaresma, em 5 de março último, quando o fenômeno digital Frei Gilson “furou a bolha”. Em uma de suas pregações, o sacerdote criticou o empoderamento feminino, ao defender a submissão da mulher em relação ao homem. “É uma fraqueza da mulher: ela sempre quer ter mais. (…) Isso é ideologia dos mundos atuais. Uma mulher que quer mais… vou até usar a palavra que vocês já escutaram muito: empoderamento”.

À fala interpretada como misógina somaram-se antigas publicações do religioso, recuperadas e expostas nas redes. Vieram à tona não apenas a visão conservadora do frei, mas sua bandeira anicomunista, a retórica apoiada numa suposta “guerra espiritual” e o papel político jogado pelo líder religioso.

Diante das críticas propagadas por diferentes pessoas  da esquerda, travou-se um embate político em torno da figura de Frei Gilson, com boa parte da extrema direita brasileira com identidade cristã saindo em sua defesa. Os deputados federais Hélio Lopes (PL-RJ), Gustavo Gayer (PL-GO), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG), os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Magno Malta (PL-ES), o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), o presidente do Partido Liberal Valdemar Costa Neto, além do próprio Jair Bolsonaro (PL) e de inúmeras outras figuras do extremismo de direita manifestaram apoio ao religioso católico nas redes.

Imagem: reprodução Instagram

Apesar do crescimento da atenção sobre o líder religioso e do apoio recebido por políticos da direita, em meio às críticas, Frei Gilson removeu ou ocultou cerca de 1,4 mil vídeos de seu canal no YouTube. As remoções ocorreram, em sua maior parte, entre a sexta-feira (14 de março) e o sábado (15 de março). Os conteúdos retirados do ar haviam sido publicados entre 2018 e 2024. Entre os vídeos removidos, 370 foram publicados no ano eleitoral de 2022.

Rearticulação do termo ‘cristofobia’

A recente discussão política em torno de Frei Gilson foi acompanhada de uma articulação ideológica que trouxe à tona um termo há muito tempo usado pela extrema direita no Brasil: “cristofobia”. O próprio religioso e seus apoiadores, em especial políticos, passaram a divulgar que era um caso de perseguição a um cristão ou prática de cristofobia às críticas que lhe foram atribuídas na arena das mídias sociais.

Imagem:  Instagram. Perfil do vereador Alexandre Aleluia (DEM-Salvador, BA)
Imagem: Instagram. Perfil do deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ)

A palavra, no contexto brasileiro, transmite uma ideia enganosa, já que, como pesquisadores da religião demonstram, os fenômenos de perseguição por motivos religiosos no Brasil estão associados a outras manifestações, como o racismo contra as tradições de matriz africana, a islamofobia e a repressão interna em igreja cristãs.

Sobre a falácia do uso do termo no Brasil, a antropóloga e pesquisadora do tema Brenda Carranza explica que uma perseguição religiosa implica a negação da liberdade religiosa com ameaça ao direito de culto e expressão da fé, agressão física e simbólica a pessoas e a igrejas. No Brasil, o Cristianismo é, historicamente, religião de maioria demográfica, simbólica e cultural, portanto, para a pesquisadora, trata-se de um discurso construído em bases falaciosas, já que a perseguição embutida na ideia de “cristofobia” não ocorre na realidade brasileira.

Como demonstrado nas pesquisas, o engano é construído deliberadamente por lideranças religiosas ou não. A retórica serve tanto para dificultar ou impedir que cristãos sejam criticados em suas ações quanto para facilitar a livre exposição de discursos ou práticas intolerantes da parte de cristãos.

No cenário propiciado pelas discussões nas redes digitais, o termo foi defendido, por exemplo, em uma coluna do portal Gazeta do Povo, sob o título “Cristofobia não é mito; ela existe e precisa ser combatida no Brasil”.

Como exemplo da perseguição sofrida por grupos cristãos, o texto cita levantamento global da Organização Não Governamental (ONG) Portas Abertas, segundo o qual há 400 milhões de cristãos sob perseguição no mundo. A coluna omite, no entanto, que o Brasil não figura na lista de países divulgada pela ONG.

Mapa disponibilizado pela ONG Portas Abertas não inclui Brasil como local de perseguição contra cristãos – Imagem: reprodução site portasabertas.org

De acordo com a ONG, que é forte referência entre cristãos conservadores, 13 países vivem situação de “perseguição extrema” contra cristãos, 47 vivem “perseguição severa” e 18, “perseguição alta”. Do total de 78 países, os 50 primeiros integram a chamada “Lista Mundial de Perseguição 2025”, e os demais são considerados “países em observação”. O Brasil não está em nenhuma das categorias. A Portas Abertas foi fundada em 1955 e tem identidade cristã.

Porém, as articulações em torno do termo não ficaram apenas no campo da opinião. Em Sorocaba (SP), a “cristofobia” ganhou um dia para chamar de seu. Após um projeto de lei ter sido apresentado pelo vereador Dylan Roberto Viana Dantas (PL), entrou em vigor a Lei nº 13.153, de 13 de março de 2025, que instituiu o “Dia de Combate à Cristofobia” no município do interior paulista.

Imagem: reprodução site camarasorocaba.sp.gov.br 

A data será comemorada anualmente no dia 3 de abril e a lei que incluiu a cristofobia no calendário oficial sorocabano autoriza campanhas de promoção da fé cristã e “ações de conscientização contra qualquer forma de discriminação ou violência praticada contra cristãos”.

Ainda em meio à repercussão do caso Frei Gilson, estudantes extremistas vandalizaram símbolos atribuídos a “comunistas” no Centro Acadêmico de Artes Visuais (CAVis) da Universidade de Brasília (UnB). De acordo com o portal Metrópoles, jovens que se identificam com a direita política espalharam mensagens que condenam o “comunismo” e disseram que, na universidade, estão espalhados conteúdos de “apoio ao terrorismo” e à “cristofobia”.

Antigas polêmicas envolvendo Frei Gilson

Em setembro de 2024, conforme mostrou Bereia, Frei Gilson também esteve no centro de uma polêmica com disseminação de conteúdo enganoso nas redes. À época, ele teve o perfil no Instagram suspenso pela Meta (dona da plataforma) e não conseguiu transmitir suas lives com a reza do Rosário.

Plataformas da Meta, como Instagram e WhatsApp, contam com sistema de detecção de comportamento inautêntico e de conteúdos que possam ferir as chamadas “diretrizes da comunidade”. O Instagram tem, por exemplo, a prerrogativa de bloquear conteúdos quando há indícios de atuação fora dos padrões.

O perfil de Frei Gilson no Instagram ficou suspenso por menos de uma semana — cinco dias — e a Meta disse que havia ocorrido um engano. Embora a suspensão esteja prevista pelas diretrizes da plataforma e todos os perfis, religiosos ou não, estejam sujeitos a suspensões por diversos motivos, cinco dias foi tempo o bastante para que surgissem alegações de perseguição religiosa.

Imagem: reprodução/Instagram

Seguidores do frei carmelita criticavam a suposta perseguição com frases como “guerra espiritual!” ou “Não podemos deixar o inimigo nos derrotar”. O cunho político das alegações ficou claro em manifestações como “Nós avisamos em 2022”.

A referência ao ano eleitoral de 2022 ignora, no entanto, que Frei Gilson já se inseria no jogo político ideológico há mais tempo. Em julho de 2021, em Brasília, o religioso fez uma transmissão acompanhada por ao menos 30 mil pessoas. O púlpito, montado na Torre de TV da capital federal, um de seus pontos turísticos mais conhecidos, estava coberto com uma bandeira do Brasil (símbolo já amplamente utilizado pela extrema-direita) e, na fala, ficava claro o tom político da pregação.

“Vamos batalhar. Nós vamos orar e vamos clamar as poderosas bençãos de Deus e a intercessão de Nossa Senhora pela nossa pátria, pelo nosso Brasil (…) Não permitais Senhora e rainha de Nazaré que os erros da Rússia venham assolar o Brasil como bem afirmou Nossa Senhora em Fátima”, afirmou o frei.

A referência à Rússia disfarçava a crítica ao comunismo, criticado pelo líder religioso. Naquele dia, ele também criticou a prática do aborto, a desestruturação da família e o abuso de poder por autoridades, bandeiras instrumentalizadas pela extrema direita no Brasil.

Referências

Gazeta do Povo

https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/cronicas-de-um-estado-laico/cristofobia-existe-precisa-ser-combatida-brasil/ Acesso em: 19 mar 2025

Câmara de Sorocaba

http://www.camarasorocaba.sp.gov.br/newsitem.html?id=67d411ade6dec32bed3b591b Acesso em: 19 mar 2025

UOL

https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2025/03/14/apos-criticas-a-frei-gilson-deputado-propoe-lei-para-criminalizar-ataques-a-religiosos.htm Acesso em: 19 mar 2025

Metrópoles

https://www.metropoles.com/distrito-federal/unb-direitistas-apagam-simbolos-de-comunistas-e-geram-polemica Acesso em: 19 mar 2025

O Globo

https://oglobo.globo.com/blogs/sonar-a-escuta-das-redes/post/2025/03/alvo-de-criticas-da-esquerda-frei-gilson-remove-14-mil-videos-de-seu-canal-no-youtube.ghtml Acesso em: 19 mar 2025

https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2025/03/08/saiba-quem-e-frei-gilson-lider-religioso-que-reuniu-1-milhao-de-catolicos-em-live.ghtml Acesso em: 19 mar 2025

Portas Abertas

https://portasabertas.org.br/ Acesso em: 19 mar 2025

Nexo

https://pp.nexojornal.com.br/opiniao/2022/existe-cristofobia-no-brasil Acesso em: 19 mar 2025

Folha de São Paulo

https://www1.folha.uol.com.br/blogs/hashtag/2025/03/sucesso-de-frei-gilson-nas-redes-sociais-e-consolidado-e-atrai-fieis-de-outras-religioes-dizem-especialistas.shtml Acesso em: 19 mar 2025

Meta

https://transparency.meta.com/pt-br/policies/community-standards/ Acesso em: 19 mar 2025

CNN

https://www.cnnbrasil.com.br/politica/parlamentares-de-direita-apoiam-frei-gilson-apos-ataques-da-esquerda/ Acesso em: 19 mar 2025

Perfis católicos da direita extremista usam desinformação para derrubar contas progressistas no Instagram

O grupo Katholikos denunciou uma campanha com conteúdo desinformativo para derrubar perfis católico em mídias sociais da Meta. “Está em curso uma campanha para nos tirar do Instagram. Nós, do campo progressista católico”, diz o post publicado em 12 de março passado. 

Como registrado no perfil, Katholikos é um “espaço onde abordam o Catolicismo de maneira inclusiva, oferecendo informações, reflexões e curiosidades sem fanatismo ou fundamentalismo” e está ligada a um site homônimo. 

Por conta do posicionamento crítico a posturas ultraconservadoras de lideranças católicas, Katholikos virou alvo de ações extremistas que têm tentado derrubar o perfil no Instagram. “Pessoal, aqui os @ para tentarmos derrubar”, comentou em publicação um homem que se apresenta como escritor e que se diz “ex-protestante e agora defensor da fé católica”. 

As ações ocorreram no contexto das críticas ao cantor católico Frei Gilson, conhecido por transmissões ao vivo para milhões de fiéis nas redes digitais, que ganhou notoriedade neste março com controvérsias por ter proferido fala desqualificadora das mulheres, em evento nas redes digitais no Dia Internacional da Mulher.

Bereia recebeu de um leitor a sugestão de checagem, analisou o conteúdo e verificou os fatos para esclarecer a veracidade das informações.

Imagem: Post distorcido da página Katholikos. Reprodução/Instagram


Imagem: Post distorcido da página Katholikos. Reprodução/Instagram

Em 1 de março de 2024, a página Katholikos publicou em seu perfil no Facebook a imagem do líder do Partido Nazista da Alemanha entre 1934 e 1945 Adolf Hitler, acompanhada da legenda: “Reunir muitas pessoas não significa estar certo, seja presencialmente ou no meio virtual”. O perfil decidiu republicar a imagem, desta vez, no Instagram, em 10 de março deste ano, com a mesma legenda.  

Imagens: Publicações de Katholikos. Reprodução/ Facebook e Instagram

Como começou?

A publicação, de caráter reflexivo e genérico, gerou interpretações diversas e foi alvo de desinformação. Perfis como o do jornalista Tiago Bruno de Almeida Prado, Educar para o Céu, entre outros manipularam a imagem deixando aparente apenas parte da legenda e afirmaram se tratar de um ataque a Frei Gilson, levando a crer que o perfil Katholikos e outros estavam associando a imagem do religioso a Adolf Hitler, o que não procede.  

Em nota oficial, a Katholikos afirmou repudiar a disseminação de informações falsas sobre a postagem e esclareceu que em nenhum momento fez menção direta ou indireta a Frei Gilson ou a qualquer outra pessoa.

Imagem: Denúncia da página Katholikos. Reprodução/Instagram

“Cabe ressaltar que a única publicação que realizamos nomeando Frei Gilson é clara e explícita, não deixando margens para interpretações ou associações indevidas. No entanto, a postagem em questão está sendo descontextualizada por terceiros, que divulgaram apenas um recorte parcial da imagem, sem a legenda, manipulando assim o entendimento do público e sugerindo interpretações maliciosas” afirma a nota publicada pelo Katholikos

A publicação que viralizou nas redes digitais foi tirada de contexto e divulgada de forma parcial, o que levou a interpretações distorcidas. Um dos perfis a compartilhar o conteúdo desinformativo foi o do grupo Renovação Tradismática Católica do Brasil. Publicado em 11 de março, o post já acumula quase quatro mil comentários, muitos de abordagem ofensiva e com distorções. Como consequência, uma campanha para a remoção do perfil Katholikos e outros três de conteúdo católico progressista no Instagram, classificados pejorativamente como páginas de “Teologia da Libertação”, ganhou força nas redes.

Imagem: Post da página Katholikos. Reprodução/Instagram

O canal “Católicos de Verdade” no YouTube, do jornalista Tiago Bruno de Almeida Prado, publicou um vídeo para se retratar por ter proferido falsidades a respeito do site Katholikos e de outros perfis digitais. Entretanto, a publicação com o conteúdo desinformativo segue disponível no Instagram e não foi excluída do perfil do jornalista na rede digital. Até o fechamento desta matéria a publicação soma quase sete mil curtidas. 

Além disso, o direito de resposta foi publicado apenas na conta de Tiago Prado no YouTube e reproduzido pelos perfis caluniados: Katholikos, Mente Pejoteira, Movimento Igreja em Saída e Teologia da Libertação. Apesar de Tiago Prado ter dado o direito de resposta, o conteúdo desinformativo foi publicado originalmente no perfil “Educar para o Céu”, em colaboração com o jornalista e outras três contas do Instagram. 

Imagem: publicação do perfil do jornalista Tiago Prado no Instagram

Por que o nome de Frei Gilson é usado nesta disputa?

Gilson da Silva Pupo Azevedo de 38 anos é sacerdote, cantor e influenciador católico, membro da congregação Carmelitas Mensageiros do Espírito Santo, é ligado à Renovação Carismática Católica (RCC). Ordenado em 2013, atuou por nove anos na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em São Paulo. Durante a pandemia, ganhou destaque nacional com transmissões ao vivo e pregações nas redes digitais, onde milhões de seguidores

No período da Quaresma, realiza orações diárias durante a madrugada, e reúne um grande público. Recentemente, uma de suas lives de oração do Rosário ultrapassou 1,3 milhão de espectadores simultâneos. Sua crescente influência tem recebido apoio de figuras conservadoras, mas também despertado críticas de outros grupos por conta do conteúdo ultraconservador que defende. As plataformas da Meta já suspenderam perfis religioso por engano, o que também gerou desinformação sobre falsa perseguição a ele, como Bereia já checou.

Fenômeno nas redes digitas, o líder religioso é protagonista ainda de um embate que envolve cristãos, extremistas de direita e o campo da esquerda. O nome do frei aparece no relatório da Polícia Federal (PF) que investigou a tentativa de golpe de Estado que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados.

O relatório de novembro de 2022 da Polícia Federal (PF) aponta que Frei Gilson teria recebido a chamada “oração do golpe”, elaborada pelo padre José Eduardo de Oliveira e Silva, pároco da Paróquia São Domingos, em Osasco (SP). O texto pedia que católicos e evangélicos incluíssem em suas orações o então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, e outros 16 generais quatro estrelas. No entanto, Frei Gilson não foi indiciado pela PF nem denunciado pela PGR.

A mais recente controvérsia, que projetou  Frei Gilson nacionalmente,  foi a fala em uma de suas pregações neste período da Quaresma,  que desqualifica as mulheres, atribuindo-as à submissão a homens, justamente no último Dia Internacional da Mulher. Bereia cobriu o caso.

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Bereia analisou as publicações sugeridas por um de nossos leitores e constatou o caráter desinformativo das publicações que rechaçam os perfis Katholikos, Mente Pejoteira, Movimento Igreja em Saída e Teologia da Libertação. De fato, é possível  identificar um ataque articulado para retirar do ar estes perfis e cercear o direito à liberdade de opinião deles. 

Bereia alerta leitores e leitoras quanto ao uso da falsa noção de perseguição a cristãos,  tratada como “cristofobia”, por pessoas e grupos que buscam impedir a expressão  crítica a posturas públicas de indivíduos e grupos de identidade cristã.  É direito humano expressar opinião crítica, desde que proferida de forma respeitosa e coerente, sem ofensas ou caráter discriminatório, no espírito do debate público saudável.

Referências:
Instagram.
https://www.instagram.com/p/DHGjv9FR26i/?igsh=OTAwZG5rbnQ0bHM%3D. Acesso em 17 de março de 2025.

Instagram.
https://www.instagram.com/p/DHGcNWHx4bF/?igsh=bzIwOXlhZmphMjI%3D.  Acesso em 17 de março de 2025. 

Instagram. https://www.instagram.com/p/DHYz2Alxy52/ – Acesso em 20 de março de 2025.
G1. https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/03/10/quem-e-frei-gilson-lider-religioso-que-reune-milhoes-em-madrugadas-de-quaresma-digital.ghtml. Acesso em 17 de março de 2025.

CNN Brasil.
https://www.cnnbrasil.com.br/politica/padre-indiciado-pela-pf-fez-oracao-do-golpe-para-generais-e-ministro-da-defesa/. Acesso em 17 de março de 2025.

CNN Brasil.
https://www.cnnbrasil.com.br/politica/quem-e-frei-gilson-sacerdote-envolvido-em-polemica-nas-redes/. Acesso em 17 de março de 2025.Coeltivo Bereia.
https://coletivobereia.com.br/ainda-sobre-frei-gilson-um-agente-nodal-no-catolicismo-brasileiro/. Acesso em 17 de março de 2025.

As escolhas políticas de Frei Gilson

A oração midiática das 4h da madrugada é símbolo de um tempo em que a midiatização da religião catalisa novas formas de comunicação da fé, redefinindo relações dentro e fora da Igreja. A atuação de Frei Gilson nas mídias digitais não é apenas um fenômeno religioso, mas também um complexo ato discursivo e midiático que situa sua religiosidade em um contexto maior de tensões e disputas políticas, econômicas, teológicas, eclesiais, entre outras. 

O comentário é de Moisés Sbardelotto, jornalista, mestre e doutor em Ciências da Comunicação pela Unisinos.

Leia o artigo aqui.

** Os artigos da seção Areópago são de responsabilidade de autores e autoras e não refletem, necessariamente, a opinião do Coletivo Bereia

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Foto de capa: reprodução/Facebook

Ainda sobre Frei Gilson: um agente nodal no catolicismo brasileiro

Na última semana, o caso Frei Gilson ultrapassou os limites da chamada “bolha católica” e ganhou destaque nas mídias progressistas e conservadoras, conquistando amplo espaço no debate público brasileiro. Muito já foi dito sobre o fenômeno Frei Gilson, algo que o catolicismo brasileiro conhece mais amplamente desde a pandemia. O que pretendo destacar aqui, entretanto, são os efeitos internos desse episódio, ou seja, um pouco de suas repercussões dentro do próprio catolicismo brasileiro.

Frei Gilson, membro da Congregação Carmelitas Mensageiros do Espírito Santo, é um sacerdote católico da Diocese de Santo Amaro (SP) e ligado à Renovação Carismática Católica (RCC). Popularizou-se no Brasil durante a pandemia por meio de suas transmissões ao vivo e pregações nas redes sociais. Sua atuação conquistou uma base fiel de milhões de seguidores, tendo alcançado, na última semana, o extraordinário feito de reunir mais de 1 milhão e 300 mil pessoas ao vivo em sua live de oração do Rosário, que se inicia às quatro horas da manhã.

Os ataques sofridos por Frei Gilson rapidamente foram denunciados por vozes influentes da direita católica, como Bernardo Küster, influencer que insinuou, expondo prints de WhatsApp, a existência de uma articulação de difamação por trás desses ataques, liderada pelos chamados “Padres da Caminhada”, herdeiros espirituais da tradição progressista de Dom Pedro Casaldáliga. Para esses setores conservadores, tais ataques ultrapassam as disputas políticas ou ideológicas comuns, representando a manifestação visível de uma profunda e antiga guerra espiritual entre forças celestes e infernais dentro da Igreja, que, em sua visão, está infiltrada por comunistas.

Nesse contexto, é notável que Frei Gilson tenha conseguido algo raro: contribuir para a coalizão de grupos historicamente antagônicos dentro do catolicismo brasileiro — os tradicionalistas e os carismáticos. Embora ligado à Renovação Carismática Católica (RCC), movimento frequentemente considerado pelos tradicionalistas como excessivamente moderno e pouco rigoroso doutrinariamente, Frei Gilson conquistou amplo respeito desses mesmos tradicionalistas ao promover fervorosamente a oração pública do Rosário. Essa prática é profundamente valorizada pelos tradicionalistas e recomendada por santos fundamentais para sua espiritualidade, como São Luís Maria Grignion de Montfort. Assim, o Rosário rezado publicamente por Frei Gilson é visto como um sinal claro — ao lado da crescente procura pela Missa Antiga — do renascimento do “verdadeiro catolicismo tradicional” no Brasil.

Parece-me, assim, que Frei Gilson se aproxima daquilo que tem sido denominado internamente pelos católicos conservadores como o fenômeno “tradismático”: fiéis e sacerdotes que, embora ligados à espiritualidade carismática e celebrantes da Missa de Paulo VI, se interessam por ou conseguem atrair o respeito e a admiração de setores tradicionalistas. Dessa forma, figuras como Frei Gilson, assim como Padre Paulo Ricardo e Padre José Eduardo, tornam-se agentes nodais capazes de reunir forças anteriormente dispersas ou mesmo antagônicas.

Por outro lado, setores progressistas dentro da Igreja reagiram destacando falas do Papa Francisco como referência crítica contra práticas consideradas demasiado conservadoras ou tradicionalistas. Paralelamente, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi duramente cobrada por seu silêncio diante do caso, sendo novamente acusada, por setores da direita católica, de conivência ou alinhamento ideológico com a esquerda.

Nesse embate, o ataque específico à prática do Rosário ganhou contornos de perseguição religiosa anticrística — ou “cristofóbica” — na percepção desses setores conservadores, aprofundando ainda mais as tensões internas. A reação a essa perseguição levou o deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) a propor um projeto de lei que criminaliza ataques contra líderes religiosos nas redes sociais, prevendo pena de seis meses a dois anos de detenção e multa.

Frei Gilson, portanto, não é apenas uma figura religiosa controversa ou popular nas mídias sociais. Tornou-se, talvez involuntariamente, o epicentro de um intenso conflito interno, revelando as complexas dinâmicas do catolicismo contemporâneo no Brasil.

**Artigo publicado pelo Bereia em parceria com o Laboratório de Antropologia da Religião da Unicamp

** Os artigos da seção Areópago são de responsabilidade de autores e autoras e não refletem, necessariamente, a opinião do Coletivo Bereia

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Religioso católico tem redes sociais bloqueadas por engano, mas discurso de que sofreu perseguição se espalha

Na última semana, o religioso católico Frei Gilson teve perfis bloqueados em redes sociais digitais, e não conseguiu transmitir lives em que rezava o Rosário com seus seguidores. Segundo a Meta, empresa dona das redes em que Gilson foi bloqueado temporariamente, o bloqueio ocorreu por engano. Os acessos foram restabelecidos em cinco dias. Mesmo assim, discursos de perseguição religiosa ecoaram nas redes e na política. Bereia checou o caso e a propagação de possíveis conteúdos enganosos.

Imagem: reprodução Instagram

Desde 15 de agosto, o líder católico Frei Gilson, que tem 5,4 milhões de seguidores no Instagram, vem rezando o Rosário diariamente às 4h, em lives nas suas redes. Trata-se da Quaresma de São Miguel, que muitos fieis acompanham nas primeiras horas da madrugada.

Em 17 de setembro, no entanto, o religioso da Ordem das Carmelitas fez uma publicação, em seu perfil no Instagram, na qual relatava ter sido alvo de medidas restritivas por parte da rede digital. Na legenda, ele disse que, segundo o Instagram, sua conta havia transgredido uma das normas da plataforma.

Nesta mesma publicação, Gilson afirmou que, após sua equipe ter entrado em contato com o Instagram, a plataforma respondeu “dizendo que tudo havia sido um erro” e com um pedido de desculpas. Porém, mesmo com o esclarecimento, a publicação ensejou comentários que difundiam um discurso de perseguição religiosa.

Ainda hoje estão visíveis, na aba de comentários da publicação, frases como: “Já estava achando que o Alexandre de Moraes iria derrubar o Rosário”, “O inimigo querendo nos derrubar”, “Certeza de que estão tentando calar o nosso Frei”, “Só acontece com páginas de valores cristãos” e “Certeza que foi porque o senhor falou sobre aborto”.

Em uma das imagens publicadas, Frei Gilson compartilhou a mensagem recebida do Instagram, com a informação de que o bloqueio havia sido um engano e de que o conteúdo fora restaurado.

Imagem: reprodução Instagram

Discurso enganoso de perseguição a cristãos ganhou fôlego em comentários

No dia seguinte, 18 de setembro, uma segunda publicação informava: “Santo Rosário!!! Até o momento não estamos conseguindo fazer transmissão ao vivo pelo Instagram. Estamos ao vivo no YouTube!!!”. Na legenda, Frei Gilson informava: “Avisa todo mundo!!!”

Nos comentários, alegações de perseguição religiosa continuavam: “Tem católicos que votam nessa esquerda”, “Senhor, livra o Brasil desse comunismo que estão querendo implantar”, “Está começando a perseguição religiosa”, entre outras que promoviam o mesmo discurso enganoso de perseguição. 

Não havia, por parte da plataforma, nenhuma menção a restrição de conteúdo em razão de um posicionamento religioso. Também não havia – e não há, neste caso – qualquer envolvimento de entes governamentais ou do Estado brasileiro que permitam associar a queda das transmissões a perseguição religiosa ou à intenção de implantação do comunismo. 

No mesmo dia 18, mais tarde, o perfil fez uma nova publicação sobre a situação com a plataforma. Na legenda, Frei Gilson informava: “Até o momento, o ‘Instagram’ ainda não liberou a ferramenta de transmissão ao vivo. Como vocês podem ver em um dos posts, fomos informados pelo Instagram que estamos bloqueados por 29 dias. No entanto, há uma contradição, pois em outro post o Instagram afirma que temos liberação para todas as ferramentas da plataforma”.

No dia 19, o perfil novamente informou seus seguidores: “Estamos ao vivo no YouTube. O Instagram ainda não liberou a transmissão ao vivo”. O público reagiu com comentários como “Guerra espiritual!!”, “Nós avisamos em 2022” e “Não podemos deixar o inimigo nos derrotar”. Alguns usuários, no entanto, pediam que as lives do Rosário apenas continuassem em outra plataforma enquanto o problema não fosse resolvido.

Plataformas da Meta, como Instagram e WhatsApp, contam com sistema de detecção de comportamento inautêntico e de conteúdos que possam ferir as diretrizes da comunidade. O Instagram tem, por exemplo, a prerrogativa de bloquear conteúdos quando há indícios de atuação fora dos padrões. Qualquer associação com intenções persecutórias ou de viés comunista não encontra sustentação na realidade.

Imagem: reprodução Instagram

Frei Gilson adere à tese de perseguição religiosa

No último domingo, 22, o caso ganhou repercussão a partir de uma nova publicação do perfil de Frei Gilson, que dizia: “ATENÇÃO!!! Quero, por meio deste post, informar que fui bloqueado em minhas comunidades do WhatsApp, nas quais me comunicava com 50 grupos. Além disso, hoje faz 5 dias que estou impedido de fazer transmissões ao vivo no Instagram, devido a um bloqueio que recebemos sob a alegação de termos transgredido as regras da plataforma”.

Na publicação, o religioso afirma que não transgrediu regras, que atua dentro das leis e pede orações aos fiéis. Ao final do texto, a mensagem: “É importante que você entenda o que está acontecendo. Evangelizar nunca foi fácil, desde os tempos da Igreja primitiva. Mas uma coisa é certa: não vamos parar. Se uma porta se fecha, vamos abrir outras. Não vamos parar”.

A publicação seguinte feita pelo perfil de Gilson subiu o tom. O religioso publicou um vídeo com a canção “A Nossa Fé” em que, na introdução, faz uma pregação sobre perseguição a cristãos. “Em todos os tempos, em todas as épocas, a Igreja de Jesus é perseguida. Em todas as épocas os cristãos são perseguidos. Se viverem o que tiverem que viver, sofrerão perseguições”, diz Gilson no vídeo.

A série de publicações, acrescida da adesão do líder carmelita à narrativa de perseguição, fortaleceu a propagação de discursos enganosos de perseguição a cristãos no Brasil, inclusive com reprodução por parte de atores políticos. 

“Perseguição” chega ao Congresso Nacional

Naquele mesmo domingo, 22, a deputada federal católica Bia Kicis (PL-DF) publicou, em seu perfil no Instagram, um vídeo com os dizeres “Perseguição religiosa escancarada! Ódio ao Cristianismo! Basta!”. A legenda da publicação traz a seguinte mensagem: “A Meta bloqueou grupos do WhatsApp e suspendeu as lives do Frei Gilson nas quais ele reunia milhares de cristãos para rezar o terço. Ódio ao Cristianismo, mas, NÃO VÃO NOS CALAR!”.

Imagem: reprodução Instagram

No vídeo, Kicis afirma que Frei Gilson teve 50 grupos de WhatsApp bloqueados e foi censurado pelo Instagram, que o impediu de transmitir lives. A deputada sugere que as restrições à conta de Gilson ocorreram porque o Rosário estava sendo rezado e porque o religioso teria feito uma fala contrária à prática do aborto. Tais justificativas nunca foram usadas pela Meta, conforme mensagem da empresa que o próprio religioso compartilhou

A tese de que comentários sobre aborto teriam justificado o bloqueio foi repercutida pelo próprio Frei Gilson. Em uma outra postagem, publicada nos dias em que suas lives estavam bloqueadas, o carmelita contou que, há três anos, gravou três vídeos sobre o tema, e um deles não teve a mesma repercussão que os outros dois. 

Segundo Gilson, o vídeo que teve a propagação restrita recebeu um alerta do YouTube com a informação de que o tema aborto não poderia ser tratado na plataforma. O conteúdo continua disponível na plataforma e contava com quase 130 mil visualizações até a publicação da matéria. Os outros dois vídeos já chegaram a 1 milhão e 2 milhões de visualizações. O fato de, em três vídeos, dois deles terem repercutido normalmente, sem interferência do YouTube, não pesa nas considerações do religioso.

Outro político que mencionou perseguição religiosa – neste caso, no Senado Federal – foi o senador Izalci Lucas (PL-DF). Na terça-feira, 24, ele levou à Sessão Plenária do Senado a informação de que contas ligadas a Frei Gilson haviam sido bloqueadas. O senador disse que entrou em contato com a Meta e recebeu a resposta de que houve equívoco por parte da empresa, e que o acesso às lives  no Instagram e aos canais de WhatsApp vinham sendo normalizados.

Mesmo assim, ele afirmou estar preocupado com a possibilidade de perseguição religiosa: “Acontece uma coisa dessa, não é, onde o Frei Gilson simplesmente reza o Santo Rosário. A gente vê e fica preocupado que não esteja acontecendo também alguma perseguição, vamos dizer assim, religiosa, como vem acontecendo em outros países onde a ditadura reina, como as coisas estão caminhando aqui, nessa direção (…) espero que não haja nenhuma relação com a questão religiosa, mas lamentável que o Frei Gilson tenha tido mais de uma semana com o Instagram bloqueado”.

Discursos enganosos sobre perseguição a cristãos no Brasil

No mesmo domingo, 22, em que Bia Kicis fez seu protesto contra a suposta perseguição religiosa, o perfil de Frei Gilson no Instagram publicou e fixou uma postagem com a legenda: “Boas notícias!!! Quem ficou feliz???”. Em vídeo, Gilson diz que tanto seu perfil no Instagram quanto seus canais no WhatsApp haviam sido liberados. “Nossas redes voltaram, para que eu possa continuar rezando e evangelizando”, disse.

Nos comentários, fieis aliviados comemoraram o fim do bloqueio – que durou cinco dias -, mas o discurso de perseguição continuou: “A censura da extrema esquerda é uma ameaça de cada dia”, comentou um seguidor. Outro disse: “Eles tentaram nos calar, mas nossa fé é inabalável”.

A propagação do discurso de perseguição religiosa ou de “cristofobia” – um termo construído para justificar uma inexistente perseguição a cristãos no Brasil – tem tido ampla repercussão nas redes digitais e no meio político brasileiro. No recente caso que envolveu o Frei Gilson, a tese foi amplamente propagada, sem que houvesse indícios concretos de perseguição por parte da Meta, que efetuou os bloqueios e admitiu ter cometido um erro, ou de qualquer outra entidade.

Como Bereia tem alertado, os discursos sobre perseguição a cristãos têm ganhado terreno no Brasil, mas nem sempre estão em acordo com a realidade dos fatos. Muitas vezes, o discurso de perseguição ganha espaço nas redes digitais, mas também é comum encontrá-lo na política, propagado por líderes que fazem da fé suas plataformas eleitoreiras.

É comum que ocorra um apelo ao imaginário cristão e ao tema dos inimigos da fé como forma de explorar a fidelidade dos cristãos ao Evangelho, mesmo que não haja, de fato, uma perseguição em curso. O recente caso do Frei Gilson é um exemplo entre tantos.

Casos de perseguição como o que ocorre na Nicarágua são importados para a realidade brasileira como se aqui ocorressem. Decretos que dizem respeito à saúde pública são instrumentalizados para justificar suposta perseguição religiosa. Reações dos Poderes a atos ilícitos praticados por atores políticos também se encaixam à tese.

Importante também destacar que a suspensão de contas é ação frequente das plataformas que trabalham com algoritmos e práticas automatizadas, sujeitas a equívocos, como justificado ao Frei Gilson pela Meta. São periódicas as reclamações de usuários que têm suas contas suspensas tanto no Instagram quanto no Facebook. Isto reforça o questionamento sobre a falta de regulação sobre as dinâmicas das plataformas digitais, até hoje soberanas nas decisões sobre o que e como publicam, levandos em conta os altos níveis de lucro financeiro. 

*A reportagem entrou em contato com Frei Gilson, mas não obteve resposta até a publicação da matéria.

Referências

YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=xwQJteHe3Pc&ab_channel=Biakicis Acesso em: 25 set 2024

https://www.youtube.com/watch?v=ngM9byPcZEM&ab_channel=FreiGilson%2FSomdoMonte-OFICIAL Acesso em: 25 set 2024 

https://www.youtube.com/watch?v=bckvNY1aCng&ab_channel=FreiGilson%2FSomdoMonte-OFICIAL Acesso em: 25 set 2024 

https://www.youtube.com/watch?v=m5WDJTphqK8&ab_channel=TVSenado Acesso em: 25 set 2024 

DF Mobilidade

https://www.dfmobilidade.com.br/cidades/video-senador-izalci-denuncia-possivel-perseguicao-religiosa-apos-bloqueio-do-frei-gilson/ Acesso em: 25 set 2024

Coletivo Bereia

https://coletivobereia.com.br/a-mentira-que-nao-quer-calar-sobre-perseguicao-a-cristaos-no-brasil/ Acesso em: 26 set 2024

https://coletivobereia.com.br/sites-e-lideres-religiosos-apontam-suposta-perseguicao-religiosa-em-decreto-sobre-comprovante-vacinal/ Acesso em: 26 set 2024

https://coletivobereia.com.br/apos-perda-de-mandato-de-dallagnol-politicos-religiosos-propagam-narrativa-enganosa-de-perseguicao/ Acesso em: 26 set 2024

https://coletivobereia.com.br/mensagem-em-grupos-religiosos-engana-e-cria-alarde-sobre-fechamento-de-igrejas-na-nicaragua/ Acesso em: 26 set 2024

Instagram

https://www.instagram.com/p/DABFd7RR1tf/?img_index=1 Acesso em: 24 set 2024

https://www.instagram.com/p/DAOxwNHPTRD/?img_index=1 Acesso em: 24 set 2024

https://www.instagram.com/biakicis/reel/DAOqoBYPLQf/?hl=pt-br Acesso em: 24 set 2024

Gazeta do Povo

https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/apos-denuncias-redes-sociais-do-frei-gilson-sao-desbloqueadas/?ref=busca Acesso em: 23 set 2024

Folha Vitória

https://www.folhavitoria.com.br/geral/noticia/09/2024/frei-gilson-relata-bloqueio-de-suas-comunidades-no-whatsapp Acesso em: 23 set 2024

Brasil Paralelo 

https://www.brasilparalelo.com.br/noticias/instagram-proibe-frei-gilson-de-realizar-live-do-rosario-de-sao-miguel Acesso em: 24 set 2024