Coronavírus e igreja: uma dupla que não é fantasia
Diante do quadro de pandemia do coronavírus, bispos católicos e pastores/as de várias igrejas ao redor do Brasil recomendam medidas de prevenção para evitar a proliferação do vírus.
Os bispos do Paraná publicaram uma nota com várias orientações de prevenção ao coronavírus, que já possui 6 casos confirmados no Estado. Os casos da dengue já ultrapassaram 50 mil, com 7 mortes desde julho de 2019.
Leia a nota na íntegra:
ORIENTAÇÃO DOS BISPOS PARA A PREVENÇÃO DA DENGUE E DO NOVO CORONAVÍRUS
“Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Cf. Lc 10, 33-34)
O estado do Paraná está enfrentando o grave problema da epidemia da Dengue. A situação, especialmente na região Norte e Noroeste do estado é grave e preocupante. O verão e a chuva favorecem o desenvolvimento do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da doença.
Como Igreja, comprometida com a Vida, que é “Dom e compromisso”, nós, bispos do Paraná, queremos convocar todo o povo para adotar medidas de prevenção e combate a essa grave doença. Estudos já revelaram que o modo mais eficaz de combater a Dengue é eliminar os criadouros do mosquito.
Diante dessa realidade, pedimos a colaboração dos sacerdotes, lideranças, fieis e de todas as pessoas de boa vontade que valorizam a vida, para combater os focos de acúmulo de água parada. Para isso, vamos eliminar qualquer recipiente de potencial criadouro do mosquito, como: latas, embalagens, copos, plásticos, tampinhas de refrigerante, pneus, vasos de plantas, jarros de flores, garrafas, tambores, latões, sacos plásticos e lixeiras, entre outros. Verifique sempre, especialmente após a chuva, locais como: quintais, calhas, ralos, poços, fossas, caixas d’água, entre outros.
Cerca de 98% dos focos do mosquito Aedes Aegypti estão nos quintais, pátios e ambientes internos das casas e empresas. A Dengue é uma doença que pode matar, por isso é preciso que cada um faça a sua parte, assumindo a atitude evangélica do Bom Samaritano, que cuidou daquela vida que encontrava-se ameaçada.
Além dessa realidade que tem afetado diretamente nosso povo, o mundo enfrenta mais um desafio: a difusão do novo CORONAVÍRUS (COVID-19). Assim como no caso da Dengue, todos têm responsabilidade de evitar as situações e circunstâncias que possibilitam o contágio. Por isso, recomendamos algumas medidas às paróquias e comunidades do Paraná:
1. Evitar o aperto de mãos durante a acolhida aos fiéis;
2. Não dar as mãos durante a oração do Pai nosso;
3. Omitir o abraço da paz;
4. Distribuir a comunhão somente sob uma espécie, exclusivamente, na mão, garantindo que o fiel comungue diante do ministro;
Acrescentamos, ainda, as “medidas de prevenção”, recomendadas pelas autoridades sanitárias:
1. Higienizar as mãos, muitas vezes, com água e sabão ou álcool em gel;
2. Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
3. Proteger com lenços (preferencialmente descartáveis a cada uso) a boca e o nariz ao tossir ou espirrar;
4. Evitar tocar no nariz ou boca, após o contato com superfícies;
5. Manter os ambientes bem ventilados;
6. Repouso, alimentação balanceada e ingestão de líquidos.
Vivendo a Campanha da Fraternidade deste ano, Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso, contamos com a ajuda de todos no combate e prevenção dessas doenças. Que essa Quaresma nos inspire a ser uma Igreja cada vez mais samaritana, misericordiosa e que cuida da vida. Rogamos para todos a bênção e a proteção de Nossa Senhora do Rosário do Rocio, padroeira do estado do Paraná.
Dom Geremias Steinmetz
(Arcebispo de Londrina e Presidente do Regional Sul 2 da CNBB)Dom José Antônio Peruzzo
(Arcebispo de Curitiba e Vice-Presidente do Regional Sul 2 da CNBB)Dom Amilton Manoel da Silva
(Bispo Auxiliar de Curitiba e Secretário do Regional Sul 2 da CNBB)Padre Valdecir Badzinski
(Secretário executivo do Regional Sul 2 da CNBB)
O pastor Ed René Kivitz da Igreja Batista de Água Branca, localizada em São Paulo, anunciou na noite da última quinta, 12, que a igreja iria atender as orientações das autoridades do país e em especial as orientações dos profissionais da saúde, infectologistas, especialistas, no esforço global de contenção da disseminação do vírus.
Leia o comunicado:
COMUNICADO
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Em atenção às notícias a respeito da proliferação do novo coronavírus e às orientações dos especialistas e das autoridades competentes, comunicamos que no período de 13 a 19 de março todas as programações presenciais, inclusive as celebrações do domingo, 15 de março, estão canceladas.
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Somamos esforços na contenção da disseminação do vírus, em razão do nosso compromisso de cuidado, não apenas com nossos membros e frequentadores, como também com nossa cidade e sociedade.
O Coletivo Bereia conversou com o médico e pastor, Carlos Bezerra, atualmente secretário executivo do Programa Mãe Paulistana, sobre o cenário da doença no país.
Confira:
1 – Quais as consequências que a igreja deve sofrer caso não adote as orientações dos profissionais da saúde?
Carlos Bezerra – O dever da igreja é orientar, usando as informações oficiais das autoridades de saúde. Ao não fazer isso coloca em risco a saúde do seu rebanho. O coronavírus já matou mais de 5 mil pessoas ao redor do mundo. Ele é altamente transmissível e a igreja precisa fazer seu papel de prevenção. Quanto maior o número de pessoas que não estão cientes e informadas sobre os cuidados que devem ter, maior o risco.
2 – Como pastor e médico, qual sua orientação frente à epidemia?
Carlos Bezerra – Eu tenho falado sobre o assunto tanto dentro da igreja como em minhas redes sociais, sempre com a responsabilidade de mencionar apenas dados confirmados pelas autoridades nacionais e internacionais. Em casos assim, devemos trabalhar para evitar o pânico e a disseminação de notícias falsas, mas sem deixar de levar, com serenidade, os cuidados que devemos ter para prevenir a doença.