A jornalista e professora emérita da Universidade de Brasília, Zelia Leal Adghirni, escreveu artigo no site do Observatório da Comunicação Pública apontando que a calamidade pública devido às enchentes no Rio Grande do Sul ao menos possibilitou um resgate de um jornalismo responsável e de qualidade. Confira alguns trechos:
“Foi preciso uma catástrofe ambiental para ressuscitar aqui, o jornalismo de qualidade. Aquele jornalismo de valores-notícias inquestionáveis, honestos e verdadeiros. Aquele jornalismo que ensinamos nas universidades mas que nem sempre o mercado de trabalho está disposto a praticar.
Desta vez, foi preciso mais que gastar sola de sapato para fazer a matéria. Foi, literalmente, botar o pé na lama, afundar na água até a cintura, navegar em embarcações pouco seguras, falar do alto de um helicóptero sem medo de olhar para baixo, suportar o choque diante do caos visto de cima, como se guerra fosse, o retrato da devastação pelo bombardeio das chuvas.
Eu pediria porém algo mais a esses intrépidos jornalistas : mais espírito crítico, mais interrogações e menos declarações de bons princípios dos governantes. As autoridades estão fazendo de tudo para reparar os erros do passado. Mas o certo seria ter evitado, ao menos um pouco, essa desgraça. E eles podiam fazer isso. A natureza é imprevisível. Os meios de manutenção, preservação ambiental, pessoal competente e métodos e técnicas de preservação, são completamente previsíveis.”
Leia o artigo completo no site do OBCOMP – Observatório da Comunicação Pública.
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*** Foto de capa: Pixabay