Aos pastores, pregadores da verdade, e aos impostores, propagadores de fake news

Por favor, não ousem colocar na conta de Deus suas predileções políticas. Não se atrevam a dizer que foi o Espírito Santo quem lhes mandou trabalhar pela eleição de Bolsonaro.Vocês não percebem que com isso a igreja só faz perder cada vez mais sua credibilidade ante a sociedade? 

Durante o último processo eleitoral, o autointitulado apóstolo Renê Terra Nova, o mesmo que organizou um batismo no Rio Jordão em que os fiéis formavam o número 17, “decretou” no mundo espiritual a vitória de seu candidato. Quanta sandice! Desde quando Deus se dobra aos nossos decretos? Chega a soar blasfemo. Enquanto isso, uma enorme ferida se abre no Corpo de Cristo (a igreja), aumentando exponencialmente o número de desigrejados. 

Que WhatsApp que nada! As igrejas se tornaram a principal fábrica de Fake News. 

Mentiras foram ditas nos púlpitos sem o menor constrangimento. Quem quer que tenha certo conhecimento se nega a continuar frequentando esses comitês eleitorais disfarçados de igreja. Pastores chantagearam seu rebanho, ameaçando excluir membros que se negassem a votar em Bolsonaro. Afirmaram que se o candidato oponente vencesse igrejas seriam fechadas, crianças seriam erotizadas nas escolas, pastores seriam forçados a celebrar casamentos gays e o Brasil se tornaria uma Venezuela.

Será que se esqueceram quem é o pai da mentira? 

Haviam grupos de pastores no whatsApp onde a mentira corria solta. Alguns trocavam fichinhas entre si para ver quais as Fake News da vez que deveriam ser contadas no culto seguinte. Não digo que o faziam conscientemente. A maioria, enganada, acreditava que finalmente teriam “um dos nossos” lá, defendo os valores nos quais hipotecamos nossa fé. 

Curiosamente, as mesmas correntes evangélicas que apoiaram o Bolsonaro aqui, são as que apoiaram Donald Trump nos Estados Unidos, com a mesma fábrica de fake news comandada por Steve Bannon.

No site da Unisinos, há um artigo que diz que Bannon estaria na Europa para fazer a mesma coisa: dividir a sociedade do velho continente, inserindo o nazifascismo. Na Itália, conspira contra o Papa. Por onde passa deixa um rastro de ódio e preconceito. 

Pelo menos, tudo o que está ocorrendo no Brasil serve para nos mostrar que o país segue sendo um grande campo missionário. E não me refiro aos milhões de desigrejados que deixaram suas igrejas por não aceitarem esta versão pervertida do Evangelho diluída no discurso fascista. Refiro-me aos tantos que ainda se mantêm nessas igrejas por se alinharem a este discurso. 

Indubitavelmente, o Brasil precisa urgentemente conhecer o evangelho do amor.