Editora-geral do Bereia rechaça ideia de ‘voto evangélico’

A ideia de voto evangélico é um equívoco, assim como se referir aos evangélicos como um grupo homogêneo, declarou a editora-geral do Bereia Magali Cunha em entrevista à revista Comunhão em 10 de outubro. Ela lembrou que a pessoa evangélica não tem sua identidade moldada apenas pela religião, pois há outras perspectivas em jogo e que influenciam o modo como vota.

 “A identidade religiosa vai ajudar a moldar, sim, a sua visão de mundo, mas ela vai decidir a partir daquilo que tem a ver com a sua vida, com aquilo que pensa que vai trazer benefícios para a sua vida, para o seu salário, para a sua casa, para os seus filhos, para a segurança que ela precisa ter, para o cuidado com a saúde”, opinou Magali Cunha.

A pesquisadora alertou também sobre o engano de caracterizar os evangélicos como um segmento único, pois as teologias e as posturas das denominações são distintas, além de as origens serem diferentes. Segundo ela, é necessário usar o termo “evangélico” no plural, pois “são grupos diversos, cada um com a sua forma de governo, com as suas lideranças”.

Isso significa que não faz sentido alguém se identificar como porta-voz dos evangélicos, adverte a editora-geral do Bereia. De acordo com ela, ninguém deve falar em nome dos evangélicos, pois “não há uma estrutura hierarquizada e centralizada”, completou.

Confira a íntegra da entrevista, que trata também de como os evangélicos vêm merecendo atenção no âmbito da política partidária, em especial nos períodos eleitorais. O conteúdo está disponível no site da revista.

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Foto de capa: Brett Sayles/Pexels